Representação da morte: concepções a partir de experiências de vida de idosas usuárias do PSF

Resumo

As questões sobre a morte têm suscitado grande interesse por parte de distintas áreas da sociedade, como mídia, religião, saúde, economia, demografia e família. Atualmente, a morte é um modelo para pensar a existência humana e os impactos que esse fenômeno causa na vida das pessoas, já que é a única certeza da vida. Em se tratando de envelhecimento, a morte tem destaque, pois há uma estreita relação entre idoso e morte na sociedade. No entanto, na atual conjuntura, tais argumentos não se sustentam como antes, já que a relação ora existente tem se mostrado relativa e bem distinta. No sentido de evidenciar tais concepções, o presente trabalho tem por objetivo abordar a relação existente entre morte e envelhecimento a partir da vivência de três idosas cujo reconhecimento da morte assumiu contornos distintos. A pesquisa foi realizada em 2011 em uma unidade básica de saúde da família situada no município de Bayeux (PB). A metodologia adotada foi a análise de conteúdo a partir dos relatos de experiências das idosas e das entrevistas realizadas com as mesmas. A pesquisa mostrou que, apesar de as idosas partilharem da condição amplamente difundida da melhor idade, a representação, os sentidos e significados acerca da morte passam por momentos distintos, dependendo da história de vida e das experiências dos sujeitos. Os diversos momentos enfatizados pelas idosas dão conta de que a morte pode ser benéfica, encarada como um bom acontecimento, que a morte também promove um novo sentido para a vida e, por fim, que a atual gestão da velhice ativa tem um elemento para a negação e o afastamento total da morte.