Velhice e Institucionalização: Cenas da vida no abrigo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i1p479-494Palavras-chave:
Teatro, Idoso, Instituições de Longa Permanência para Idosos.Resumo
O presente relato apresenta uma atividade de pesquisa desenvolvida em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Esta pesquisa de mestrado buscou abordar as narrativas acerca da vida antes e durante a institucionalização de oito residentes, quatro homens e quatro mulheres, com idade entre 66 e 89 anos, residentes de dois a sete anos na ILPI. Com base no referencial teórico da Psicanálise e da teoria artaudiana de teatro, foi possível pensar a existência do ponto de vista da encenação, cuja palavra é elemento central para a existência. Por fim, conclui-se que a experiência vivida com a tessitura da dissertação de mestrado, que se encontra aqui resumida, traz a importância de ser sujeito quando inserido em processos de institucionalização. Há possibilidades. Há caminhos. Há construções a serem feitas e que permitem que, mesmo dentro de normas rígidas e coletivizadas, o sujeito possa se fazer sujeito. Uma dessas formas é dar-lhe voz e autonomia para contar sua história da forma que quiser, ou que acredita ser. Outra é uma transformação da ILPI como é dada para a construção de um lugar aberto a possibilidades, a escolhas, mesmo que limitadas, por meio da escuta. As pessoas que lá se encontram precisam sentir-se pessoas. Precisam de voz e de ouvidos que as escutem. Precisam de meios de representação. Precisam de plateia.