Uma, nenhuma, cem mil faces secretas: as máscaras e suas metáforas na obra de Pirandello
Palavras-chave:
Arte, Psicanálise, Literatura, Narcisismo, MáscarasResumo
O presente artigo faz um leitura da obra Um, Nenhum, Cem mil (1926) de Luigi Pirandello, a partir de discussões psicanalíticas. Desenvolvem-se conceito sobre o narcisismo, as idealizações e as identificações do protagonista Vitangelo Moscarda, pautado nas teorias de Sigmund Freud.
O propósito desse artigo também busca responder a pergunta: o artista também não usa máscaras para se esconder e se revelar durante o seu processo criativo? Com a metodologia apresentada em A Metáfora Opaca de Frankling Goldgrub, realizou-se a interpretação do fenômeno cultural teatral abordado. Autores como J. Lacan, Sarah Kofman, J. Guingsburg possibilitaram articulações entre a psicanálise, a literatura e a criação artística.
As conclusões se centraram na ideia de afastamento e aproximação com as palavras, os nomes, os ditos e não-ditos, buscando sentidos e significações para encontrar os tantos outros que constituem a multiplicidade do processo de criação artística, proporcionando, dessa forma, um retorno mais ampliado do artista para si.
Unitermos: Arte, Psicanálise, Literatura, Narcisismo, Máscaras.
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