Ausência do silêncio na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.23925/2175-7291.2018v10i2p23-43Resumo
Em tempos de hiperconectividade, a forma como a informação é disponibilizada e a adequação dos formatos para que sua rápida propagação seja possível, deixa a comunicação cada vez mais imagética e ruidosa. Isso, para que seja possível a assimilação do máximo de conteúdo no menor tempo, o que impõe uma privação ao sujeito de momentos de silêncio, que são necessários à sua subjetividade. O silêncio é, culturalmente, negativo, como um agente da censura que barra a palavra. Na sociedade atual, ruidosa e ensurdecedora, o silêncio atormenta, constrange, enlouquece e oprime. Essa sociedade estabelece o excesso da comunicação como valor supremo, implicando assim que o silêncio continue a ser significado como negativo e deliberadamente evitado. O encontro entre o ser faltante, explicado por Lacan, e as redes sociais, pensando a construção do sujeito à luz do grande Outro, tem colocado em cheque alteridades anteriormente fundantes desse sujeito. É o estabelecimento de outro Outro, aqui representado pelas redes sociais. O sujeito de hoje definido por um novo conjunto simbólico, que lhe confere sua condição.Referências
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