Ausência do silêncio na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.23925/2175-7291.2018v10i2p23-43Abstract
Em tempos de hiperconectividade, a forma como a informação é disponibilizada e a adequação dos formatos para que sua rápida propagação seja possível, deixa a comunicação cada vez mais imagética e ruidosa. Isso, para que seja possível a assimilação do máximo de conteúdo no menor tempo, o que impõe uma privação ao sujeito de momentos de silêncio, que são necessários à sua subjetividade. O silêncio é, culturalmente, negativo, como um agente da censura que barra a palavra. Na sociedade atual, ruidosa e ensurdecedora, o silêncio atormenta, constrange, enlouquece e oprime. Essa sociedade estabelece o excesso da comunicação como valor supremo, implicando assim que o silêncio continue a ser significado como negativo e deliberadamente evitado. O encontro entre o ser faltante, explicado por Lacan, e as redes sociais, pensando a construção do sujeito à luz do grande Outro, tem colocado em cheque alteridades anteriormente fundantes desse sujeito. É o estabelecimento de outro Outro, aqui representado pelas redes sociais. O sujeito de hoje definido por um novo conjunto simbólico, que lhe confere sua condição.References
BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral. São Paulo: Ed. Nacional, 1976. 397p.
BERNERS-LEE, Tim. The web can be weaponised – and we can't count on big tech to stop it. The Guardian, 2018. Disponível em:
<https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/mar/12/tim-berners-lee-web-weapon-regulation-open-letter> Acesso em: 15 de julho de 2017.
BRETON, Phillipe. A utopia da comunicação. Lisboa: Instituto Piaget, 1992. 148p.
COUTINHO, José; FREIRE, Simone. Entidades discutem influência da Globo sobre a cultura. Brasil de Fato, 2015. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/node/31912/> Acesso em: 05 de julho de 2018.
DIAS, Guilherme. Cerca de 100 bilhões de buscas são realizadas no Google mensalmente. TecMundo, 2014. Disponível em:
<https://www.tecmundo.com.br/google/53852-cerca-de-100-bilhoes-de-buscas-sao-realizadas-no-google-mensalmente.htm> Acesso em: 20 de julho de 2018.
FABIO, André Cabette. Por que o Facebook diz que os vídeos são o futuro da rede. Nexo Jornal, 2016. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/21/Por-que-o-Facebook-diz-que-os-v%C3%ADdeos-s%C3%A3o-o-futuro-da-rede> Acesso em: 20 de julho de 2018.
FANTINI, João Ângelo. Violência e Metáfora Paterna no Cinema. 2009. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/280611069_Violencia_e_Metafora_Paterna_no_Cinema> Acesso em: 28 de julho de 2018.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. 2120p.
FINK, Bruce. O sujeito lacaniano. Entre a linguagem e o gozo. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. 253p.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na cultura. Porto Alegre: L&PM POCKET, 2015.192p.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Introdução à metapsicologia Freudiana 2. A interpretação do sonho. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. 235p.
__________Acaso e repetição em psicanálise: uma introdução à teoria das pulsões. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 128p.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 233p.
GLOBO. Globo celebra alcance de mais de 100 milhões de pessoas por dia. Rede Globo, 2017. Disponível em:
Acesso em: 20 de julho de 2018.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua. Características gerais dos domicílios e dos moradores 2017.
Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101566_informativo.pdf> Acesso em: 12 de julho de 2018.
IBOPE. Parando para falar e escutar em um ambiente multimeios. Kantar Ibope Media, 2017. Disponível em:
<https://www.kantaribopemedia.com/parando-para-falar-e-escutar-em-um-ambiente-multimeios/> Acesso em: 13 de julho de 2018.
JUNGK, Isabel Victoria Galleguillos. Modelos de sensibilidade. Alíngua e condensação, sentido e motivação. 2009, 122p. Dissertação (Especialização em Semiótica Psicanalítica) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009.
__________ A palavra como mediação entre a percepção humana e o existente. Revista Eletrônica de Filosofia, 2016. Disponível em:
< https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitio/article/view/26756/21635> Acesso em: 03 de julho de 2018.
LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. 937p.
__________ O Seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 413p.
LE BRETON, David. Do Silêncio. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. 279p.
MCLUHAN, Marshal. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo: Cultriz, 2007. 407p.
MEIO E MENSAGEM. Consumo de vídeo na internet cresce 90% em três anos. Meio e Mensagem, 2017. Disponível em:
Acesso em: 14 de julho de 2018.
ORLANDI, Eni Puccinelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Unicamp, 2005.
PLON, Michel & ROUDINESCO, Elisabeth. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. 874p.
RABELO, Agnes. 85 estatísticas de SEO: Conheça os dados do mercado mundial. Inteligência Rock Content, 2017. Disponível em:
<https://inteligencia.rockcontent.com/estatisticas-de-seo/> Acesso em: 20 de julho de 2018.
________Panorama mundial das redes sociais: 91 estatísticas que você precisa saber. Inteligência Rock Content, 2017. Disponível em:
<https://inteligencia.rockcontent.com/estatisticas-de-redes-sociais/> Acesso em: 20 de julho de 2018.
RIMBAUD, Arthur. Correspondência. Rio de Janeiro: Topbooks, 2008. 474p.
ROSSI, Fabio. Dominique Wolton, Sociólogo: ‘Quando todos falam, ninguém fala’. O Globo, 2014. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/sociedade/conte-algo-que-nao-sei/dominique-wolton-sociologoquando-todos-falam-ninguem-fala-13994845> Acesso em: 21 de julho de 2018.
ROUDINESCO, Elisabeth. A derrota do sujeito. Fronteiras do Pensamento, 2016. Disponível em:
<https://www.fronteiras.com/artigos/elisabeth-roudinesco-a-derrota-do-sujeito>
Acesso em: 28 de julho de 2018.
SANTAELLA, Lucia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Cengage Learning, 2016. 186p.
Published
Issue
Section
License
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).