A Ressignificação do olhar para a periferia no videoclipe “A Coisa tá Preta” de Rincon Sapiência.

Autores

Palavras-chave:

Rap paulistano, semiótica psicanalítica, Rincon Sapiência

Resumo

Este artigo analisa o videoclipe “A coisa tá Preta”, do rapper Danilo Albert Ambrósio, conhecido como Rincon Sapiência. Para tanto, investigamos como o olhar para periferia paulistana e seus moradores, majoritariamente negros, foi ressignificado neste videoclipe, utilizando conceitos da semiótica e psicanálise. Lançado em 13 de maio de 2016, data emblemática para os negros brasileiros e correspondente aos 128 anos da Lei Áurea, a canção e o videoclipe trazem novos signos para expressões frequentemente utilizadas de formas preconceituosas e pejorativas. Ao final, concluímos que nesta produção de Rincon Sapiência, a periferia e a população negra são traduzidas a partir de pontos de vista estéticos e políticos distintos daquilo que, até então, imperava nas representações das identidades negras e periféricas nas mídias de massa.

 

Palavras-chave: Rap Paulistano. Semiótica Psicanalítica. Rincon Sapiência.

 

Biografia do Autor

Leonardo Ribeiro Santos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

Leonardo Ribeiro Santos é especialista em Semiótica Psicanalítica pela PUC-SP e graduado em Publicidade e Propaganda pelo Mackenzie, São Paulo. Tem experiência na área de planejamento de comunicação e trabalha como planejador em agências de publicidade em São Paulo.

Maria Collier de Mendonça, Universidade Federal de Santa Catarina

Maria Collier de Mendonça é Bolsista CAPES com Pós-Doutorado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPGEGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora (2014) e Mestre (2010) em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Realizou estágio de doutorado sanduíche na York University, em Toronto, Canadá (2013), com bolsa Capes. Bacharel em Comunicação Social com Habilitação para Publicidade e Propaganda pela ESPM-SP (1993). Tem mais de 20 anos de experiência profissional em planejamento de comunicação e pesquisa de marketing. Trabalhou em agências de publicidade e institutos de pesquisa em São Paulo. Pesquisou o tema das representações maternas na publicidade no mestrado e doutorado. Participa do grupo de pesquisa SIGMO, liderado por Richard Perassi na UFSC e SOCIOTRAMAS, liderado por Lucia Santaella na PUC-SP.

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Publicado

2020-12-03