Cadernos Metrópole 63: Participar para democratizar as democracias? Conformação, desilusão e esperança

Os Editores Científicos e a Comissão Editorial da revista Cadernos Metrópole convidam para a organização do v. 27, nº 63 os pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem textos sobre o tema

 

Participar para democratizar as democracias?

Conformação, desilusão e esperança

Editores: Roberto Falanga e João Ferrão



As práticas de participação têm vindo a ser crescentemente invocadas como um meio para democratizar as democracias liberais perante a evidente crise dos seus mecanismos de representação formal através do voto eleitoral. Esse tipo de participação sempre coexistiu com outros, de contestação e resistência, que se exprimem, por exemplo, através de manifestações, protestos e petições. Contudo, uma visão rigidamente dicotómica entre esses dois tipos de participação não permite captar o recente aumento difuso de uma participação intersticial e liminar envolvendo cidadãos e instituições democráticas em processos inovadores de debate, disputa e cocriação de soluções para problemas públicos.

A participação dos cidadãos na vida pública tem vindo a manifestar-se em formatos e âmbitos de atuação muito variados. Apesar dessa diversidade, alguns tipos de participação têm-se difundido de maneira exponencial à escala internacional, como os orçamentos participativos, as assembleias de cidadãos e as iniciativas de participação no planejamento urbano ou na regeneração de áreas urbanas degradadas.

Os processos participativos baseiam-se numa concepção de democracia assente na melhoria de valores e instituições através do papel proativo da sociedade civil. Mas será que os processos participativos conseguem cumprir essa ambição? Serão esses processos a via mais adequada para democratizar as democracias? Este é o questionamento que norteia o presente dossiê temático dos Cadernos Metrópole, tendo como referência a análise crítica de experiências desenvolvidas em diversos países europeus, mas também recebendo contribuições sobre países da América Latina.

A Europa, que se imagina a si própria como berço da democracia, vê-se hoje confrontada com um conjunto de crises interligadas cuja consequência mais evidente é a ascensão do apoio a partidos populistas e xenófobos, com lideranças fortes e autoritárias. Nesse contexto, é particularmente relevante analisar os processos participativos entendidos como um conjunto de práticas alternativas e complementares aos mecanismos eleitorais.

Este número acolhe contribuições teóricas, temáticas e empíricas que ilustrem, debatam e avaliem criticamente a evolução da participação pública e popular nas últimas décadas, em diferentes cidades, regiões, países ou áreas geográficas, e o seu impacto efetivo em termos de transformação societal e territorial. Contribuem, para esse objetivo, as análises das oportunidades abertas pelos processos participativos no que se refere ao reforço das democracias e da produção e gestão democráticas das cidades; os olhares críticos acerca dos constrangimentos de natureza política e social que limitam esses processos; as reflexões de natureza transnacional sobre o papel dos diversos agentes intervenientes; os estudos empíricos que permitem discutir de forma crítica e aprofundada o papel, legitimador ou transformador, dos processos participativos em contextos sociopolíticos específicos.

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data-limite para envio dos trabalhos: 6 DE SETEMBRO DE 2024

 

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

 

ESCOPO E POLÍTICA EDITORIAL

A revista Cadernos Metrópole, de periodicidade quadrimestral, tem como enfoque o debate de questões ligadas aos processos de urbanização e à questão urbana, nas diferentes formas que assume na realidade contemporânea. Trata-se de periódico dirigido à comunidade acadêmica em geral, especialmente, às áreas de Arquitetura e Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional, Geografia, Demografia e Ciências Sociais.

A revista publica textos de pesquisadores e estudiosos da temática urbana, que dialogam com o debate sobre os efeitos das transformações socioespaciais no condicionamento do sistema político-institucional das cidades e os desafios colocados à adoção de modelos de gestão baseados na governança urbana. A revista não publica texto de graduandos.

A revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.

A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.

A revista não aplica taxas de submissão, publicação ou de qualquer outra natureza em seus processos, sendo um veículo científico voltado à comunidade científica brasileira.

 

CHAMADA DE TRABALHOS

A revista Cadernos Metrópole é composta de um núcleo temático, com chamada de trabalho específica, e um de temas livres relacionados às áreas citadas. Os textos temáticos deverão ser encaminhados dentro do prazo estabelecido e deverão atender aos requisitos exigidos na chamada, os textos livres terão fluxo contínuo de recebimento.

Os artigos podem ser redigidos em língua portuguesa, espanhola, inglesa ou francesa.

Os trabalhos submetidos à Cadernos Metrópole devem ser enviados pelo link https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/about/submissions.

Os artigos NÃO devem conter nenhum tipo de identificação do(s) autor(es).

A revista não aceitará artigos assinados por mais de 3 autores.

A revista não publica artigos de autoria ou coautoria de graduandos. Se necessário, serão citados como "colaboradores" em nota ao final do texto.

É imprescindível o envio do Instrumento Particular de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, datado e assinado pelo(s) autor(es), que deve ser anexado no passo 4 da submissão.

Os textos serão publicados no idioma original e em inglês. A qualidade e os custos da tradução serão de inteira responsabilidade dos autores. A tradução é obrigatória apenas para os textos que forem selecionados para publicação.

Os autores devem cumprir um intervalo de 2 (duas) edições para nova publicação.



AVALIAÇÃO DOS ARTIGOS

Os artigos recebidos para publicação deverão ser inéditos e serão submetidos à apreciação dos membros do Conselho Editorial e de consultores ad hoc para emissão de pareceres. Os artigos receberão duas avaliações e, se necessário, uma terceira. Será respeitado o anonimato tanto dos autores quanto dos pareceristas.

Caberá aos Editores Científicos e à Comissão Editorial a seleção final dos textos recomendados para publicação pelos pareceristas, levando-se em conta sua consistência acadêmico-científica, clareza de ideias, relevância, originalidade e oportunidade do tema.

Os textos aprovados pelos pareceristas, mas não selecionados para publicação na edição para a qual foram submetidos, serão apresentados aos organizadores das edições seguintes visando sua publicação na seção Textos Complementares.



COMUNICAÇÃO COM OS AUTORES

Os autores serão comunicados por email da decisão final, sendo que a revista não se compromete a devolver os originais não publicados.



OS DIREITOS DO AUTOR

A revista não tem condições de pagar direitos autorais nem de distribuir separatas.

O Instrumento Particular de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, datado e assinado pelo(s) autor(es), deve ser enviado juntamente com o artigo.

O conteúdo do texto é de responsabilidade do(s) autor(es).



NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS

Os trabalhos devem ser apresentados, nessa ordem:

  • título, de 12 palavras no máximo, em português, ou na língua em que o artigo foi escrito, e em inglês;

  • resumo/abstract de, no máximo, 120 (cento e vinte) palavras em português ou na língua em que o artigo foi escrito e outro em inglês, com indicação de 3 a 5 palavras-chave em português, ou na língua em que o artigo foi escrito, e em inglês;

  • texto, digitado em Word, espaço 1,5, fonte Arial tamanho 11, tendo 20 a 25 páginas, incluindo tabelas, gráficos, figuras, referências bibliográficas; as imagens devem ser em formato JPG, com resolução mínima de 300 dpi e largura máxima de 13 cm;

  • subtítulos, de, no máximo, 6 palavras;

  • referências bibliográficas, seguindo rigorosamente as seguintes instruções:

Livros

AUTOR ou ORGANIZADOR (org.) (ano de publicação). Título do livro. Cidade de edição, Editora.

Exemplo:

CASTELLS, M. (1983). A questão urbana. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

 

Capítulos de livros

AUTOR DO CAPÍTULO (ano de publicação). “Título do capítulo”. In: AUTOR DO LIVRO ou ORGANIZADOR (org.). Título do livro. Cidade de edição, Editora.

Exemplo:

BRANDÃO, M. D. de A. (1981). “O último dia da criação: mercado, propriedade e uso do solo em Salvador”. In: VALLADARES, L. do P. (org.). Habitação em questão. Rio de Janeiro, Zahar.

 

Artigos de periódicos

AUTOR DO ARTIGO (ano de publicação). Título do artigo. Título do periódico. Cidade, volume do periódico, número do periódico, páginas inicial e final do artigo.

Exemplo:

TOURAINE, A. (2006). Na fronteira dos movimentos sociais. Sociedade e Estado. Dossiê movimentos sociais. Brasília, v. 21, n.1, pp. 17-28.

 

Trabalhos apresentados em eventos científicos

AUTOR DO TRABALHO (ano de publicação). Título do trabalho. In: NOME DO CONGRESSO, número, ano, local de realização. Título da publicação. Cidade, Editora, páginas inicial e final.

Exemplo:

SALGADO, M. A. (1996). Políticas sociais na perspectiva da sociedade civil: mecanismos de controle social, monitoramento e execução, parceiras e financiamento. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENVELHECIMENTO POPULACIONAL: UMA AGENDA PARA O FINAL DO SÉCULO. Anais. Brasília, MPAS/SAS, pp. 193-207.

 

Teses, dissertações e monografias

AUTOR (ano de publicação). Título. Tese de doutorado ou Dissertação de mestrado. Cidade, Instituição.

Exemplo:

FUJIMOTO, N. (1994). A produção monopolista do espaço urbano e a desconcentração do terciário de gestão na cidade de São Paulo. O caso da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. Dissertação de mestrado. São Paulo, Universidade de São Paulo.

 

Textos retirados de Internet

AUTOR (ano de publicação). Título do texto. Disponível em. Data de acesso.

Exemplo:

FERREIRA, J. S. W. (2005). A cidade para poucos: breve história da propriedade urbana no Brasil. Disponível em: http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/index.html. Acesso em: 8 set 2005.