Eu não tenho onde morar, é por isso que eu moro na rua. Os “sem-teto”: moradores ou transgressores?

Autores

  • Sonia Maria Taddei Ferraz Universidade Federal Fluminense
  • Bruno Amadei Machado Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

sem-teto, naturalização, remoção, gentrificação, discurso jornalístico

Resumo

O texto apresenta uma análise das expulsões dos sem-teto, durante a preparação do Rio de Janeiro para sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, emolduradas pelos conflitos sociais, pelo direito à cidade, superpondo políticas de segurança das elites e desrespeito aos direitos das classes subalternas. Os discursos midiáticos e oficiais classificam essa população como “moradores de rua”, naturalizando sua condição de “sem-teto”, instituindo o mito de que, apesar de não ter casa, essa população “mora”, o que esvazia a natureza conflitante das relações sociais que operam nas cidades como razões da exclusão econômica e social e acentuando as oportunidades para milionários investimentos imobiliários em processos acelerados de gentrificação.

Biografia do Autor

Sonia Maria Taddei Ferraz, Universidade Federal Fluminense

Graduada em Arquitetura pela Universidade Federal do Brasil (1968), mestre em Analyse Regionale et Amenagement de l Espace - Universite de Paris I Pantheon Sorbonne (1979) e doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999). É  Professora no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (Niterói/RJ – BR). Foi Professora Associada IV do Depto de Arquitetura de set/1986 a jul/2013. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo – com ênfase em Estudos da Habitação, atuando principalmente na área de teoria e fundamentos da arquitetura e do urbanismo; É coordenadora do Grupo de Pesquisa Arquitetura da Violência (www.uff.br/arqviol) financiada pela FAPERJ - Fundação Carlos Chaga Fº de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que tem como temas: violência, arquitetura, cidade, habitação, mercado, segurança, sociabilidade e exclusão e cuja produção foi publicada em DVD, em 2008; o Grupo faz parte da Rede de Laboratórios de Políticas Públicas do Rio de Janeiro (PRONEX 2010).

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Bruno Amadei Machado, Universidade Federal Fluminense

Graduando em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal Fluminense (Niterói/RJ – BR). Participou de intercâmbio acadêmico com duração de um ano como aluno visitante na Royal Danish Academy of Fine Arts, School of Architecture, em Copenhague – Dinamarca (2010). Atualmente é bolsista BIC/UFF no Laboratório de Pesquisa Arquitetura da Violência (www.uff.br/arqviol), desenvolvido com financiamento da FAPERJ – Fundação Carlos Chaga Fº de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Interesse nas áreas de estudos urbanos, habitação e paisagem.

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Publicado

2014-12-18

Como Citar

Ferraz, S. M. T., & Machado, B. A. (2014). Eu não tenho onde morar, é por isso que eu moro na rua. Os “sem-teto”: moradores ou transgressores?. Cadernos Metrópole, 16(32), 609–623. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/article/view/16913