Ódio à cidade: da transcendência à imanência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2021-5103

Palavras-chave:

Babel, urbanidade, transcendência, imanência, libertário, neonaturalista

Resumo

O mito de Babel (Gênesis 11, Velho Testamento) é um exemplo antigo e puro do uso da urbanidade e do globalismo como evidências de húbris. A análise apurada desse texto curto mostra que a rejeição da urbanidade não é efeito de uma metáfora vaga; baseia-se na observação de que a fabricação das cidades representa a expressão perfeita da capacidade humana de realizar planos autônomos simples, mas, ao mesmo tempo, ambiciosos. A afirmação de que a urbanização e a cooperação de todos os seres humanos seriam um pecado não é tão fácil de ser mantida hoje em dia, mas ideologias libertárias ou neonaturalistas mais recentes, que substituíram transcendência por imanência, surgiram e conseguiram alcançar uma continuidade histórica com as demandas religiosas predominantes na atualidade. A relutância em relação a uma possível emancipação por meio de arranjos espaciais auto-organizados continua a conectar a atividade urbana a uma postura antissocietal e anti-humana mais geral.

Biografia do Autor

Jacques Lévy, geographer, director of the Intelligence spatiale chair at Hauts-de-France Institute of Technology (UPHF)

geographer, director of the Intelligence spatiale chair at Hauts-de-France Institute of Technology (UPHF). He is a member of the Chôros research rhizome. He has been awarded the Vautrin Lud international prize in 2018.

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Publicado

2021-05-20

Como Citar

Lévy, J. (2021). Ódio à cidade: da transcendência à imanência. Cadernos Metrópole, 23(51), 499–517. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2021-5103