Suportes intermitentes em oralidades contínuas
Resumen
O presente artigo toma como ponto de partida as proposições dos primeiros autômatos e suportes midiáticos para a fonografia, que desde Athanasius Kircher, no século XVII, alteram radicalmente o contexto de escuta e consumo de música. Com o passar do tempo, sua proliferação culmina em experiências que reverberam na própria produção musical, que vê novos campos de experimentação a partir dos suportes e não em sua função unicamente reprodutiva. Tais processos tornam-se parte, através disso, de diferentes textos culturais que observam os impactos nas diferentes formas de ouvir, é o caso da literatura do último século tratando sobre música, por exemplo. Além disso, essa multiplicidade de dispositivos e mídias não trabalham, necessariamente, com uma sucessão que vise a substituição de um por outro de maneira a criar um processo de obsolescência, mas sim da acumulação em um arquivo de possibilidades midiáticas que fazem com que os textos criem suas relações semânticas não apenas através de suas semioses, mas que considerem os suportes como parte de seu processo semiótico.