Fluxos de Resistência de Mulheres da Cracolândia em uma Experiência Jornalística em Quadrinhos
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-5023.2022.n6.e60859Palavras-chave:
Cracolândia, Estética e política, Jornalismo em quadrinhos, Mulher, Uso de drogasResumo
As representações midiáticas sobre as cenas urbanas de uso de drogas envolvem e reiteram discursos de nojo e degradação. No caso das mulheres frequentadoras de regiões de consumo de drogas, ao debruçar-se sobre as questões de gênero, suas fragilidades servem para corroborar as situações de violência e desigualdade enfrentadas. Frente a isso, analisa-se como elemento empírico, à luz de Rancière (2009, 2012, 2018, 2021), Didi-Huberman (2015, 2017), Quintana (2020, 2021, 2022) e Fontanille (2007, 2016, 2018, 2019), a reportagem em história em quadrinhos ganhadora do Prêmio Vladmir Herzog 2022, Três Mulheres da Craco, que trata das vivências e vulnerabilidades de mulheres que frequentam a Cracolândia, na região central da cidade São Paulo. Analisa-se como tal produto jornalístico constitui uma experiência dissensual na cena de resistência, testemunho, justiça e reconhecimento, refletindo sobre as possibilidades emancipatórias a partir de tal reportagem.
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