A Nudez como Estigma

As Imagens das Bruxas e das Indígenas Tupinambás nos Panfletos do Século XVI

Autores

  • Beatriz Couto Universidade de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-5023.2022.n6.e60814

Palavras-chave:

Estereótipos do corpo nu, Bruxas, Imprensa europeia do século XVI, Índígenas tupinambás

Resumo

O movimento de perseguição e demonização da mulher conhecido como “caça às bruxas”, se estendeu entre o século XV e o século XVIII por toda a Europa. Essa perseguição contra as mulheres acusadas de praticarem bruxaria se intensificou especialmente após a criação do Tribunal do Santo Ofício, que funcionava como uma espécie de tribunal religioso que condenava todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica ou que eram considerados uma ameaça às doutrinas cristãs.  O objetivo desta dissertação, ainda em andamento, é mostrar como a perseguição da Igreja Católica associada à divulgação de imagens das indígenas tupinambás nuas influenciou a disseminação de estereótipos da mulher tida como bruxa má em panfletos na Europa no século XVI. Vamos utilizar as propostas de estudos sobre a imagem de Hans Belting e Norval Baitello Junior, além do método da polimagem de Isabelle Anchieta para analisarmos, a partir de imagens coletadas em meio online, a atuação da imprensa na construção dos estigmas relacionados ao corpo nu das mulheres tidas como bruxas. Esta dissertação busca evidenciar o fato de que, ao falarmos sobre a perseguição das mulheres tidas como bruxas, estamos contando também uma parte da história das mulheres e dos desafios enfrentados em sociedades patriarcais e misóginas.

Biografia do Autor

Beatriz Couto, Universidade de Santa Maria

É jornalista formada pela Universidade de Santa Maria com intercâmbio na Universidade de Coimbra (PT), faz especialização em Arte: crítica e curadoria pela PUC/SP, além de ser mestranda pela mesmo instituição sob orientação do professor Dr. Norval Baitello Junior

Referências

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As quatro bruxas de Hans Dürer, 1497

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Publicado

2022-12-15