Cosmologia e alteridade: nota etnográfica sobre os interstícios de uma específica situação de campo

Resumo

Este ensaio explora uma específica situação de encontro na qual minha presença como pesquisador foi “ajustada” por uma cosmologia, especificamente, um modo de saber valorizado em os pentecostais, conhecido como “revelação” do Espírito Santo. Tendo como eixo essa situação de campo, pergunto-me até que ponto a teoria etnográfica está disposta a levar epistemologicamente a sério os construtos nativos. Busco, pois, articular os problemas epistemológicos relacionados à experiência de campo (observação) e sua redação posterior (análise), argumentando que a prática etnográfica – apesar de seu esforço de objetivação – é um ato criativo que imprime à subjetividade do pesquisador.