Imagens que machucam. Notas sobre a poética da fotografia em Roland Barthes

Autores

  • Leda Tenório da Motta

Resumo

Há uma “cozinha do sentido” em Roland  Barthes, que tudo abrange. Os objetos mais aparentemente utilitários _ escreveu ele _ prestam-se a uma análise semiológica. É subjacente a tal entendimento a suposição de que as sociedades e suas práticas só se revelam a nós através de seus signos. No entanto, desconfortando todo o anterior, Barthes joga também com representações capazes de se esquivar à linguagem. Não apenas isso mas dota-as de poderes inquietantes, toma-as como objetos auráticos. É o que explicam os conceitos sui generis e hoje clássicos de “terceiro sentido” e de punctum, respectivamente endereçados a certos frames cinematográficos e a certas fotos cuja relação com a referencialidade lhe parece tangível. Trata-se de enfatizar a singularidade dessa outra visão possível das imagens técnicas, que surge em contraste radical com a denúncia dos simulacros própria da iconoclastia novecentista, enfatizando a coragem de uma intervenção intelectual que contraria ideias feitas. Trata-se também de assinalar a utilidade daqueles conceitos para o crítico e o pensador das artes modernas e muito modernas, com suas linguagens desfuncionais, no limiar do silêncio.  

PALAVRAS-CHAVE: Barthes; Estruturalismo; Fotografia; Punctum

 

Downloads

Como Citar

Motta, L. T. da. (2014). Imagens que machucam. Notas sobre a poética da fotografia em Roland Barthes. PARALAXE, 2(2), 21–31. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/paralaxe/article/view/31132

Edição

Seção

Artigos