O corpo artístico como possibilidade de resistência
Abstract
Tomando como ponto de partida os autorretratos do artista espanhol David Nebreda, fotografias de seu próprio corpo em situações extremas, que buscam explicitar sua condição – esquizofrenia paranóide crônica –, pretende-se apontar as possibilidades de resistência do próprio corpo enquanto expressão artística. Ao afirmar tal condição, através de um vertiginoso jogo entre sua arte e sua vida, Nebreda acaba por criar um espaço disruptivo em relação aos valores morais vigentes; colocando a nu as inúmeras políticas do corpo que vigoram em nossa contemporaneidade. Pensando a partir da incomum potência de vida esboçada pelo artista, procuramos apontar para uma nova forma de dissidência possível, que se dá em um campo ético-estético. Para além das teorias políticas clássicas, que pensam a resistência/dissidência somente contra um foco emanador de poder, explicita-se, com esta análise, a possibilidade de múltiplos pontos de embate – alinhando-se, assim, às teorias formuladas por Michel Foucault.
PALAVRAS-CHAVE: David Nebreda; Arte política; Michel Foucault; Corpo; Resistência
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Cedo à revista Paralaxe os direitos autorais de publicação de meu artigo e consultarei o editor científico da revista caso queira republicá-lo depois em livro.