POR UMA CARTOGRAFIA DAS REDES E TRAMAS DA CULTURA ARAPIRAQUENSE: DIÁLOGOS SOBRE A RESSIGNIFICAÇÃO DOS TERRITÓRIOS DE FRONTEIRA A PARTIR DE POLÍTICAS DE IDENTIDADE E ECONOMIA CRIATIVA, UM RELATO DE PESQUISA.

Resumo

O final do século XX e o alvorecer do século XXI é palco da transição de modelos de desenvolvimento exclusivamente pautados na produção em escala para outros modos de desenvolvimento, a partir de outras matizes até então não valoradas, como por exemplo a cultura e a identidade. É justamente o esgotamento e a insustentabilidade desse modelo tradicional de desenvolvimento aliado aos processos de desencantamento com a globalização meramente financeira que conduz as localidades a valorizarem seus particularismos e, a partir de então, alçar voos alternativos de desenvolvimento pautados na sustentabilidade e na afirmação da identidade cultural pela via da economia criativa. Essas novas apostas em modelos alternativos de desenvolvimento parece ser um caminho que paulatinamente, vem ganhando corpo no agreste alagoano, uma região marcadamente de fronteira, entre o sertão e o litoral, região cujos índices de desenvolvimento humano encontram-se muito aquém do esperado. O presente ensaio, fruto da pesquisa Arapiraca: mapeamento e cartografia das redes de cultura desenvolvida ao longo de 2016/2017, a partir de recursos do programa institucional de bolsas de Iniciação Científica PIBIC CNPQ, UFAL e FAPEAL, almeja refletir acerca de como essas novas estratégias de desenvolvimento pautados na identidade e na economia criativa vêem (re)significando esse território de identidade de modos a  estabelecer na vida (e no imaginário dos sujeitos Alagoanos) um sentido de pertencimento. Tal percepção reivindica a necessidade de uma cartografia social dessas redes e tramas criativas que forjam a cultura desse local, algo que perpassa pelas múltiplas produções culturais na região no campo da música , da cinematografia, do artesanato e outras manifestações de identidade.