Edgar Morin, um humanista planetário

Resumo

Este artigo presta uma homenagem a Edgar Morin, celebrando o seu centenário. Aos 100 anos, Morin continua a ser o intelectual infatigável, íntegro e polivalente, cujas ideias vêm contribuindo significativamente para as diversas áreas do conhecimento. Passando por sua trajetória intelectual, desde a construção de uma razão aberta – crítica e autocrítica - que possibilitou a Morin a configuração das bases para sua reflexão sobre O Método, bem como suas análises sobre os diversos temas que perpassam sua vastíssima obra, busca-se aqui recuperar as bases de seu pensamento, o que fornece outros parâmetros para pensar o mundo e o homem, naquilo que ele tem de complexo: sua vida, seu destino, as possibilidades de realização de sua humanidade. Suas ideias sinalizam a possibilidade de construção de uma política de civilização capaz de proporcionar à sociedade o pleno desenvolvimento das capacidades humanas e técnicas, por meio da busca pela religação e pela complexidade, que se nutrem de um novo pensar, a partir de um humanismo reformulado em função das incertezas inerentes às possibilidades de um futuro melhor para nossa comunidade de destino. Por meio de seu compromisso permanente entre a cultura científica e a cultura das humanidades, como premissa para a formação, chega-se ao Edgar Morin centenário, que continua a desempenhar a tarefa de convocar as novas gerações a resistir, propondo uma política de civilização capaz de formar cidadãos planetários, solidários e éticos.