Negros na extrema direita, faz sentido?
Um olhar sob Fanon na busca de compreender as relações de raça e movimento político dos últimos anos.
Palavras-chave:
Racismo; , Negritude; , Política; , Extrema-direita; , Branquitude.Resumo
O texto a seguir visa refletir acerca dos caminhos que possibilitaram existir uma presença negra relevante na militância de direita e extrema-direita, pensando a partir dos desdobramentos históricos com a abolição até o aliciamento pelas trocas simbólicas ligadas à religião. Foi observado o movimento político dessas facções, e nota-se a presença de pessoas negras que ignorando as pautas identitárias que o envolvem, acabam adotando o discurso opressor que recai sobre si e seus iguais. Por meio de Fanon foi possível identificar as lacunas preenchidas por aquilo que podemos chamar de auto ódio, já que visa o apagamento, ou então a anulação da própria identidade ao assumir referências que a extrema-direita idealiza. Se percebe a assimilação da pessoa preta, sobretudo homens negros que acabam dando volume aos discursos de ódio ventilados pelas militâncias políticas; isso se dá pelo aculturamento, ou absorção de valores apresentados pelas classes dominantes idealizados como padrões de alto valor, mesmo que isso signifique automutilar-se.
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Referências
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