Negros na extrema direita, faz sentido?

Um olhar sob Fanon na busca de compreender as relações de raça e movimento político dos últimos anos.

Autores/as

  • Claudinei Espirito Santo PUC-SP

Palabras clave:

Racismo; , Negritud; , Política; , Extrema-derecha; , Blancura.

Resumen

O texto a seguir visa refletir acerca dos caminhos que possibilitaram existir uma presença negra relevante na militância de direita e extrema-direita, pensando a partir dos desdobramentos históricos com a abolição até o aliciamento pelas trocas simbólicas ligadas à religião. Foi observado o movimento político dessas facções, e nota-se a presença de pessoas negras que ignorando as pautas identitárias que o envolvem, acabam adotando o discurso opressor que recai sobre si e seus iguais. Por meio de Fanon foi possível identificar as lacunas preenchidas por aquilo que podemos chamar de auto ódio, já que visa o apagamento, ou então a anulação da própria identidade ao assumir referências que a extrema-direita idealiza. Se percebe a assimilação da pessoa preta, sobretudo homens negros que acabam dando volume aos discursos de ódio ventilados pelas militâncias políticas; isso se dá pelo aculturamento, ou absorção de valores apresentados pelas classes dominantes idealizados como padrões de alto valor, mesmo que isso signifique automutilar-se.

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Biografía del autor/a

Claudinei Espirito Santo, PUC-SP

Teólogo, historiador, mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, doutorando em Ciências Sociais PUC-SP.

Citas

BOURDIEU, Pierre. Economia das trocas simbólicas. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. 361 p. (Coleção Estudos). Organização e seleção Sérgio Miceli.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Zahar, 2022. 374 p. Lígia Fonseca Ferreira e Regina Salgado Campos.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: Ubu, 2020. 320 p. Tradução: Sebastião Nascimento e Raquel Camargo.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. 6. ed. São Paulo: Contracorrente, 2021. 888 p.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 12. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 1997. 58 p. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro.

MACHADO FILHO, Aires da Mata. O Negro e o Garimpo em Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia, 1985. 141 p.

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2013. 306 p. Tradução: Marta Lança

Publicado

2024-10-01

Cómo citar

Espirito Santo, C. (2024). Negros na extrema direita, faz sentido? : Um olhar sob Fanon na busca de compreender as relações de raça e movimento político dos últimos anos . Ponto-E-Vírgula, 1(35). Recuperado a partir de https://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/view/65801