Da juventude ao jovem: novos horizontes para uma política de prevenção da violência
DOI :
https://doi.org/10.23925/1982-4807.2020i28p123-135Mots-clés :
Juventude, Prevenção da violência, Política públicaRésumé
A violência atinge o jovem de maneira desproporcional no Brasil, especialmente o jovem negro. 53,3% dos homicídios no país em 2018 ocorreram entre jovens de 15 a 29 anos. A sobrerrepresentação dessa população se mantém ao longo dos anos. Apesar dos inúmeros diagnósticos que revelam esse panorama, as diferentes políticas de segurança pública não foram capazes de reverter esse quadro. Esse artigo analisa a perspectiva da prevenção da violência nos diferentes planos nacionais de segurança pública e no plano Juventude Viva, plano instituído pela Secretaria-Geral da Presidência da República em 2012, e argumenta que, apesar das ações direcionadas ao público jovem, o déficit de implementação e descontinuidade dos planos impede a reversão do cenário no curto prazo. O artigo defende a mudança no paradigma na elaboração dos diagnósticos da violência, apontando para a necessidade de uma abordagem individualizada voltada à implementação de políticas públicas mais assertivas e focalizadas. A experiência do Observatório de Prevenção da Violência da cidade de Caruaru é apresentada como modelo desse tipo de diagnóstico.