O risco-retorno das carteiras dos RPPS e a influência dos aumentos de limites do pró-gestão

Autores

  • João Paulo Sarmento Martinussi Fundação Instituto de Administração – FIA / Pós-Graduado em Produtos Financeiros e Gestão de Risco https://orcid.org/0000-0002-3738-6977
  • Rafael Fernandes Piva Fundação Instituto de Administração – FIA / Mestre em Economia e Finanças
  • Rodolfo Nunes Universidade de São Paulo – USP / Doutorando em Administração https://orcid.org/0000-0003-3075-2177

DOI:

https://doi.org/10.23925/2446-9513.2022v9id57716

Palavras-chave:

RPPS, Investimentos, Pró-Gestão, Risco e Retorno

Resumo

O artigo analisa o risco e retorno das aplicações dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) no Brasil, segundo o nível de certificação Pró-Gestão. Este regime alcança todos os servidores públicos, e seus investimentos são regulamentos pela Resolução CMN nº 3.922/2010, que estabelece os limites percentuais para serem aplicados nos segmentos renda fixa, variável e fundos de investimento. Para a realização deste estudo foram coletadas todas as informações relativas aos RPPSs na legislação brasileira, bem como as características pertinentes à Pró-Gestão na base de dados Quantum Axis no período entre abril de 2019 e abril de 2021. As evidências mostram que, com os níveis de certificação implantados, é possível otimizar o risco e retorno das carteiras de investimentos e alcançar as metas atuariais. A contribuição é a verificação da importância do programa Pró-Gestão para os investimentos oriundos dos RPPSs e o ganho para os gestores na decisão sobre investimentos.

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Publicado

2022-10-25

Como Citar

Martinussi, J. P. S., Piva, R. F., & Nunes, R. (2022). O risco-retorno das carteiras dos RPPS e a influência dos aumentos de limites do pró-gestão. Redeca, Revista Eletrônica Do Departamento De Ciências Contábeis &Amp; Departamento De Atuária E Métodos Quantitativos, 9, e57716. https://doi.org/10.23925/2446-9513.2022v9id57716

Edição

Seção

Artigos