Implicações práticas da mensuração ao custo histórico em ambientes inflacionários
DOI:
https://doi.org/10.23925/2446-9513.2023v10id62532Palavras-chave:
IFRS16, IAS 29, Correção monetária, Demonstrações financeiras, InflaçãoResumo
O presente estudo teve o objetivo de analisar os impactos que podem ocorrer nos balanços das companhias em ambientes inflacionários, quando estes não são corrigidos, independente do índice inflacionário atingir o nível determinado pela IAS 29. A amostra selecionada foram as empresas dos países membros do Grupo dos 20, que já aderiram às IFRS. Foi analisada a distribuição de dados por meio dos indicadores ROA, ROE, LPA e Receita ponderada pelo total de ativos das empresas estudadas, antes e depois da correção monetária, através de estatística inferencial, avaliando-se a distribuição de probabilidade estatística por meio dos testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, e posteriormente foi aplicado o teste não paramétrico de Wilcoxon. Os principais resultados alcançados foram que a correção monetária nas demonstrações financeiras das empresas analisadas demonstra significância, tanto em países com altos índices de inflação, quanto em países com menores índices de inflação acumulada. Conclui-se que a inflação impacta significativamente nos resultados das demonstrações financeiras a partir do acúmulo de 10%, dessa forma a mensuração ao custo histórico dos elementos contábeis perde sua relevância, sendo fundamental o uso do custo histórico corrigido com a aplicação da correção monetária.
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