A quaestio mihi facto sum de Agostinho e as decorrentes considerações sobre identidade em Hannah Arendt

Autores

  • João Francisco Gabriel de Oliveira Filho

DOI:

https://doi.org/10.23925/2177-952X.2014v8i14p94-104

Palavras-chave:

narrativa de si, discurso e ação, revelação da identidade

Resumo

O trabalho proposto objetiva investigar alguns pontos referentes à narração e à interioridade nas Confissões de Agostinho à luz das considerações sobre a identidade em Hannah Arendt. Ao descobrir a vida interior individual, é possível dizer que Agostinho tenha sido o fundador do romance autobiográfico. É de se notar que a “questão que me tornei para mim mesmo”, retirada das Confissões, esse tipo de rememoração e autorreflexão religiosa, parece insolúvel tanto em seu sentido psicológico individual como em seu sentido filosófico geral, segundo Arendt. Isto porque é pouco provável que nós possamos conhecer nossa essência assim como conhecemos as coisas naturais que nos rodeiam. Neste sentido, para a autora, apenas no discurso e na ação os homens revelam ativamente suas identidades pessoais únicas, mostram quem são, à diferença da alteridade que partilhamos com tudo que vive. No entanto, essa qualidade reveladora quase nunca pode ser alcançada como um propósito deliberado. Nesse sentido o quem aparece claramente apenas para os outros, enquanto permanece oculto para a própria pessoa. Assim, somente quando as pessoas estão com as outras, mediadas pela ação e pelo discurso, é que a qualidade de revelação dos indivíduos acontece.

Biografia do Autor

João Francisco Gabriel de Oliveira Filho

Mestrando em Filosofia pela PUC-SP

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Seção

ARTIGOS