Os matrimônios mistos entre cristãos: desafio pastoral para as Igrejas hoje

Autores

  • Dimas de Macedo Filho Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/2177-952X.2016v10i17p41-53

Palavras-chave:

Matrimônios Mistos, Igrejas, Globalização, Concílio

Resumo

A situação dos matrimônios mistos apresenta-se hoje de uma maneira totalmente nova. Nestes últimos decênios, as relações entre as igrejas se modificaram de modo revolucionário. O contato sempre maior entre seus membros propiciam cada vez mais ocasiões para que esses casamentos aconteçam. Cientes dessa situação, as igrejas procuraram, ao longo da história, soluções para poder resolver esse problema. Antes elas se fechavam em suas próprias comunidades e procuravam evitar ou proibir que tais matrimônios acontecessem. Tanto é verdade que o Código de Direito Canônico de 1917 mostrava desconfiança total em relação a esses matrimônios. As mudanças sociais, econômicas e as novas configurações urbanas, contudo, fizeram com que essas barreiras fossem quebradas. Assim, o maior contato entre as pessoas se tornou inevitável e possibilitou um aumento no número desses matrimônios. Em decorrência disso, as normas sobre os matrimônios mistos se tornaram mais flexíveis. Além do mais, o matrimônio é direito natural de todos. Na Igreja Católica, essa flexibilidade se deu de modo mais específico a partir do Concílio Vaticano II, em que ela reconheceu o valor das outras comunidades no mistério salvífico. As conclusões do Concílio fizeram sentir sua influência na promulgação do código de 1983. Contudo, a Igreja continua a desaconselhar os matrimônios mistos. Isso porque eles ainda oferecem perigo para a fé do casal, para a educação da prole e para própria santidade que a vivência do matrimônio exige. Para os casais que já vivem neste matrimônio, o entanto, ela procura salvaguardar pela sua unidade.

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Publicado

2016-06-30

Edição

Seção

ARTIGOS