Santos negros carmelitas e franciscanos
Estudo das imagens de Minas Gerais e Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.23925/1677-1222.2021vol22i1a5Palavras-chave:
Santos Negros, Minas Gerais, Pernambuco, Carmelitas e Franciscanos, Irmandades do Rosário dos Pretos, Santa Efigenia, Santo Elesbão, São Benedito, Santo Antonio do NotoResumo
Este artigo apresenta imagens em madeira dos santos negros franciscanos e carmelitas, presentes em Pernambuco e Minas Gerais, polos do Nordeste e Sudeste brasileiros. O recorte temporal dos objetos de estudo abrange os séculos XVI ao XIX, período em que se verificou cristianização dos gentios, negros e pardos. A atuação das irmandades do Rosário dos Pretos resultou na edificação de uma série de templos e principalmente na produção de esculturas policromadas com técnica e iconografia diversificadas. A pesquisa recorreu a revisão téorico-prática no exame de acervos dos citados Estados e contemplou análises de aspectos sócioculturais, histórico religiosas, técnico-materiais e de fotodocumentação. Como resultados, verificou-se o predomínio das esculturas de Elesbão e Ifigênia pelos carmelitas, Antônio de Noto e Benedito pelos franciscanos, e a análise da variedade técnica, formal estilística e iconográfica acerca destas esculturas católicas. Torna-se necessário destacar que, apesar da dissociação de registro desses acervos, as imagens estudadas se afirmam como importante testemunho documental do processo de evangelização negra e de verificação de suas características. O estudo permitiu perceber as especificidades entre as devoções, características relativas aos acervos de cada Estado, bem como a relevância de Benedito como o santo negro mais venerado no país.
Referências
ANASTASIA, Carla Maria Junho. Vassalos Rebeldes. Belo Horizonte: C/Arte, 1998, p.126.
AUGRAS, Monique. R. A. Todos os santos são bem-vindos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2005, p. 60.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anatomico, architectonico ... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712 - 1728. 8 v. Disponível em: . Acesso em: 05 dez 2019.
BOSCHI, Caio César. Os leigos e o poder: Irmandades leigas e Políticas Colonizadoras em Minas Gerais. São Paulo: Ática, 1986.
BRUSADIM, Lia Sipaúba O Programa Imagético da Paixão de Cristo das Ordens Terceiras do Carmo: contraponto entre história, iconografia, materiais e técnicas de esculturas devocionais dos séculos XVII- XIX no Brasil, Tese de Doutorado, PPGA, Escola de Belas Artes,2019.
COELHO, Beatriz; QUITES, Maria Regina Emery. Estudo da escultura devocional em madeira. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2014.
COELHO, Beatriz. Demônio ou Rei Branco, Boletim do Ceib, vol.2 n. 6, mar. 1998.
COELHO, Beatriz (Org.) Devoção e Arte. Imaginária Religiosa em Minas Gerais. Editora da USP: São Paulo, 2005.
CONCEIÇÃO, Fr. Apolinário da. Flor peregrina ou nova maravilha da graça descoberta na prodigiosa vida do beato Benedicto de S. Philadelphio,. Lisboa: Oficina Pinheirense da Música e da sagrada religião de Malta, 1744. In: OLIVEIRA, Joyce Farias de. Negro, mas belo: São Benedito, O santo Preto da Idade Moderna, XII EHA – Encontro de História da Arte – Unicamp, 2017.
DELL‘AIRA, Alessandro. La fortuna iberica di San Benedetto da Palermo. In: Atti dell'Accademia di Scienze, Lettere e Arti di Palermo. Palermo, nº12, pp.51–91,1993.
DENZINGER, Heinrich. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. São Paulo: Editora Paulinas/Edições Loyola, 2006, nº 1822, p. 459. In: GONÇALVES Fernando Cordeiro Barbosa; COUTINHO, Marcos Vinicius Vieira. São Baltazar na Venerável Confraria de N. S. da Lampadosa, RJ. Imagem e Preservação CNPq: Projeto Singularidades na Escultura Sacra Brasileira. Disponível em https://sites.google.com/view/imagemepreservacao/escultura-texto/s%C3%A3o-baltazar-confraria-de-n-s-da-lampadosa-rj Acessado em: 14/09/2021
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51ª ed. rev. - São Paulo: Global, 2006.
OLIVEIRA, Anderson José Machado de. Devoção negra: santos pretos e catequese no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Quartet; FAPERJ, 2008.
OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. A imagem religiosa no Brasil. In: AGUILLAR, Nelson (org.) Mostra do Redescobrimento, Arte Barroca. São Paulo, Associação 500 anos Artes Visuais, 2000.
OLIVEIRA, Vanessa S; NUNES, Verônica. Mª. Meneses. A Festa do Rosário dos Homens Pretos na cidade São Cristóvão/SE. Cadernos de história (UFOP. Mariana), v. IV, ano 2, n.2, 2008.
PEREIRA, Rinaldo, DINIZ, Dió. Catálogo do Museu de Arte Sacra de Pernambuco – MASPE, 2018.
PEREIRA, Rinaldo. Museu de Arte Sacra de Pernambuco, Frei Rinaldo Pereira, Anazuleide Ferreira e Iron Mendes (org.) – Recife: Cepe, 2017.
REGINALDO, Lucilene. “África em Portugal”: devoções, irmandades e escravidão no Reino de Portugal, século XVIII. História, São Paulo, v. 28, n. 1, 2009.
SCARANO, Julita. Devoção e escravidão: a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Distrito Diamantino no século XVIII. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1975.
SCHENONE, Hector H. Iconografia del arte colonial: los Santos. Buenos Aires: Fundacion Tarea, 1992.
VARAZZE, Jacopo. Legenda Áurea: Vidas de Santos / Jacopo de Varazze: tradução do latim apresentação, notas e adesão iconográfica Hilário Franco Júnior – São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Autor, 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Attribution-NonCommercial 4.0 International, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.