Uma hipótese de leitura da narrativa marcial sobre a “destruição do mosteiro de Shaolin” em 1736
DOI:
https://doi.org/10.23925/1677-1222.2021vol21i3a10Palavras-chave:
Budismo, Shaolin, China, Monges Guerreiros, Kung Fu, Shaolin Kung FuResumo
O mosteiro budista de Shaolin, fundado em 495 EC na província de Henan, é famoso como berço do budismo ch’an (zen) em terras sínicas. É célebre, também por seus monges guerreiros e suas relações com as modernas artes marciais – o “kung fu Shaolin”. As histórias reais e as lendas associadas ao poder marcial desses personagens, que povoam o imaginário sínico desde o século XVI, chegaram ao público ocidental há pouco mais de cinquenta anos, quando teve início a “Onda Kung Fu”, movimento midiático que inspirou a prática da arte marcial chinesa em escala global. Neste artigo, examinamos as destruições que o mosteiro de Shaolin sofreu ao longo de mais de mil e quinhentos anos de história, mais exatamente nos períodos de passagem do período Sui-Tang, Yuan-Ming, Ming-Qing e na primeira república chinesa. Nosso foco, porém, reside na historicidade de uma narrativa presente na tradição do kung fu: a da “destruição de 1736” do mosteiro de Shaolin. Ao buscar suas raízes, observamos que elas parecem apontar tanto para um episódio histórico quanto para uma lenda importante no contexto anti-Qing do século XVIII.
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