A relação entre inteligência emocional e os domínios de personalidade psicopatológicos entre os padres e religiosos brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.23925/1677-1222.2021vol22i2a12Palavras-chave:
Inteligência emocional, Personalidade, Padres, Vida religiosaResumo
O presente artigo estudou a relação entre a inteligência emocional e os domínios de personalidade psicopatológicos em um grupo de 268 padres e religiosos consagrados que exercem o ministério pastoral no território brasileiro. A pesquisa, prevalentemente empírica, concentrou-se em três objetivos: o primeiro foi verificar o impacto das variáveis sociodemográficas sobre a inteligência emocional e os domínios de personalidade psicopatológicos. Especificamente, resulta positiva e significativa a relação entre o “manejo das próprias emoções” e a “idade”; entre o “psicoticismo” e o “tempo de consagração religiosa ou ordenação presbiteral”. O segundo objetivo foi analisar a correlação entre inteligência emocional e os domínios de personalidade psicopatológicos. Os dados nos indicaram que o “distanciamento” se correlaciona significativamente e com maior intensidade com a “percepção das emoções” e com o “manejo das próprias emoções”; a “desinibição” se correlaciona com a “percepção das emoções”. O terceiro objetivo foi estudar os efeitos preditivos da inteligência emocional sobre os domínios de personalidade psicopatológicos. O resultado nos indica que a inteligência emocional (SEIS-P) prediz de maneira diferente cada escala do PID-5 (FB), conforme as suas características epistêmicas.
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