Plantas de proteção, ornamentais e medicinais em Belém do Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1677-1222.2024vol24i3a22

Palavras-chave:

Plantas místicas, Religiosidade, Poder das plantas, Esoterismo vegetal

Resumo

Observando e registrando a incidência e ocorrência frequente de plantas nas frentes dos estabelecimentos residenciais e comerciais em Belém do Pará, formulamos esse texto como proposta de reflexão sobre o caráter místico e estético que o uso desses vegetais sugerem, manifestando um caráter significativo da expressão cultural miscigenada dos belemenses. Esses registros foram feitos sistematicamente por fotografias feitas com um aparelho celular e com anotações em uma caderneta de campo de setembro de 2022 a fevereiro de 2023, construindo-se um diálogo com a literatura pertinente. Além disso verificou-se a presença de exemplares dessas espécies em quatro herbários de Belém. Conclui-se que as funções que se destacam para além das ornamentais revelam um componente místico que interfere na escolha das plantas a serem utilizadas na parte frontal dos estabelecimentos, assumindo um caráter de proteção espiritual nem sempre revelada pelos proprietários quando interrogados e geralmente omitidos pelos estudiosos da Botânica.

Biografia do Autor

Gutemberg Armando Diniz Guerra, Universidade Federal do Pará/Professor do Ensino Superior

Doutor em Socioeconomia do Desenvolvimento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales

Vinculo institucional atual com função exercida pelo autor Gutemberg: Professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares da Universidade Federal do Pará. Aposentado, atuando no Programa de Pós Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável da UFPA como voluntário.

Simone Lopes Silva, Universidade Federal do Pará

Graduada em História pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Doutoranda em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, pelo Programa de Agriculturas Amazônicas (PPGAA) do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Vinculada ao Grupo de pesquisa Sociedades, Ambiente, Ação Pública (SAAP/UFPA) e ao Núcleo de Estudos em História, Discurso e Cultura (NEHCULT/UNEAL). Possui experiência com a Educação do Campo e Educação Integral. Atua junto a populações tradicionais indígenas, agricultores familiares, camponeses e quilombolas, com foco na História Oral, Memória e Pedagogia Griô. Realiza consultorias para instituições governamentais e não governamentais.

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Publicado

2025-03-15

Edição

Seção

Intercâmbio