Adequando mensagem e prática ao meio
Uma observação das palestras públicas de Monja Coen Rōshi
DOI:
https://doi.org/10.23925/1677-1222.2024vol24i3a23Palavras-chave:
Zen-budismo, monja Coen, zazenResumo
Desde a chegada do zen-budismo japonês ao Brasil – na década de 1950, pela Sōtōshu –, atingir um público mais amplo era um desafio que transpunha as evidentes barreiras culturais do processo de transplantação religiosa. Monja Coen rōshi, missionária brasileira que retorna ao país em 1996 após conhecer o zen nos Estados Unidos e passar por cerca de 12 anos de formação no Japão, utilizando-se das mídias de comunicação, em especial das redes sociais, transformou esta realidade. Não apenas pela singularidade de sua trajetória biográfica, mas, pela forma original como divulga o dharma, ela “rompeu os muros do templo”, colocando o zen-budismo próximo a vida cotidiana de muitos brasileiros. Partimos de uma breve narrativa biográfica e reconstrução de seu trabalho à frente da comunidade Zendo Brasil para, com base em um trabalho de observação participante, destacar as adequações materiais que ela realiza na mensagem e práticas do zen. Os dados obtidos com a participação em suas palestras públicas, bem como as entrevistas que realizamos com membros da sangha – uma monja e um professor leigo, bem como com uma profissional de comunicação próxima a ela são analisadas de forma a destacar como Coen adequa sua linguagem e, particularmente, a prática do zazen a um público nitidamente não budista.
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