Pode uma máquina desejar?
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-3585.2018i17p128-144Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Desejo, Visão computacional, Linguagem naturalResumo
O presente artigo busca, a partir da célebre pergunta de Alan Turing: “Podem máquinas pensar?”, promover um salto de reflexão dentro do tema Inteligência Artificial. O artigo se inicia a partir da análise do texto Computing Machinery and Intelligence, publicado por Alan Turing em 1950, e provoca o leitor em direção a uma outra pergunta: “Pode uma máquina desejar?”. Considerando a relação possível entre pensamento e linguagem, o texto se desdobra em um inventário acerca dos sentidos das palavras “máquina” e “pensar” dentro do contexto das pesquisas em Inteligência Artificial. A reflexão segue tendo como sua base principal o texto de Alan Turing, mas envereda, de forma interdisciplinar, por referências que incluem obras de Descartes, Lacan e Christopher Bishop. A análise se completa na constatação de que o conceito de “máquina”, mencionada no texto de Turing, vem perdendo sentido na medida em que a Inteligência Artificial avança em direção à construção de “entidades artificiais” à nossa imagem e semelhança, incluindo nelas a possibilidade não só de pensar, mas também de desejar.
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