O real na perspectiva latouriana
Resumo
Este artigo pretende colocar em questão a noção de realidade encontrada na parte da obra de Bruno Latour que se vincula à chamada teoria ator-rede e à crítica à filosofia moderna (LATOUR, 1994a; 1994b; 2001; 2002; 2003; 2004; 2011; 2012a; 2012b; 2013). Acredita-se que boa parte da discussão sobre o real, tão cara ao recente movimento contemporâneo do realismo especulativo, tem muito a ganhar com a complexificação do quadro epistemológico criado na filosofia moderna. Sabe-se que a epistemologia moderna clássica se funda em dualismos estanques, evidenciados nos pares sujeito/objeto, natureza/sociedade, real/construção etc. Sabe-se também que a filosofia kantiana é alvo de duras críticas por parte dos realistas especulativos, inspirados, sobretudo, pelo projeto anti-correlacionista de Quentin Meillassoux (2009 [2006]). No entanto, abrir mão dos dualismos continua sendo uma tarefa bastante audaciosa e controversa, mesmo no pensamento mais contemporâneo. Enquanto alguns filósofos propõem uma busca pelo real por trás dos fenômenos, outros operam com uma noção de realidade construída a partir dos fenômenos e suas ações mediadoras. Bruno Latour se coloca claramente neste segundo grupo. Contudo, seu projeto almeja completar o quadro conceitual moderno a partir de uma atitude não moderna, a ponto de propor um modelo “moderno-não-moderno”. O conceito de realidade será tomado aqui sob esse prisma sugerido por Latour, uma vez que tal perspectiva interessa sobremaneira para os ideais do realismo especulativo. Diante disto, será retomada aqui a proposta latouriana, que será apresentada a partir da seguinte pergunta: como a noção de realidade aparece no pensamento de Bruno Latour e o que ela acrescenta ao projeto moderno?
Palavras-chave: Realidade. Real. Latour. Não-moderno. Realismo especulativo.
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