Máquinas de percepção: Whitehead e o rompimento do dualismo sujeitoobjeto

Autores

  • Daniele Fernandes PUC-SP/Pós-Doutoranda

Resumo

O conceito de objeto em Whitehead é aqui explorado como um processo de funcionamento maquínico produzido por feelings. A noção de máquina é a mesma usada por Levi Bryant, noção bastante conhecida entre os pensadores do realismo especulativo. Será investigado somente o objeto dos feelings físicos, isto é, a entidade atual. Pretende-se mostrar que, por esse próprio modo de funcionamento, o objeto é, na verdade, uma entidade atual complexa, constituída pela integração de feelings que se produzem no encontro com outras entidades. A entidade atual ora se comporta como objeto, ora como sujeito (ou superjecto, como prefere Whitehead), dependendo do papel que exerce em dado agenciamento. Porém, uma entidade atual só se torna objeto ao adquirir a unidade subjetiva dada por um sujeito que, por sua vez, não existe sem os feelings que tem dos objetos. Um não existe sem o outro, e não há hierarquia entre eles. Essa falta de hierarquia entre sujeito e objeto e o modo como Whitehead entende o feeling nos permitem esboçar uma relação entre sua obra e a teoria da percepção de Peirce.

Palavras-chave: Whitehead. Realismo especulativo. Peirce. Máquina. Percepção. Sujeito-objeto.

Biografia do Autor

Daniele Fernandes, PUC-SP/Pós-Doutoranda

Doutora e mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Graduada em Arquitetura e Urbanismo (UNESP). Pesquisadora de Pós-doutorado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP). Pesquisadora do grupo do CNPq-TransObjetO (TIDD/PUC-SP) e pesquisadora do grupo do CNPq-PIPOL - Projetos Integrados de Pesquisa Online (Depto. de Design/UNESP).

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Publicado

2021-02-03