Traços quânticos na cultura
incerteza criadora
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-3585.2024i2930p32-58Palavras-chave:
arte e tecnociência, física quântica, sistemas interativos e enativos, ciência da interface, transdisciplinaridadeResumo
A formulação da teoria quântica, em meados do século XX, configurou uma série de mudanças em domínios científicos e culturais. A partir da perspectiva das artes, analisamos algumas proposições da física quântica como a incerteza em bases probabilísticas e estados emergentes, que alteram nossa visão da realidade, destacando seu impacto filosófico, histórico, epistemológico e antropológico. O trânsito entre conhecimentos de vários domínios e temas entre arte e tecnociência, dialogando com as tecnologias, gera a transdisciplinaridade que rege o conhecimento dos dias atuais de natureza pós-biológica. Questões que extrapolam o existir natural com tecnologias acrescentam à mecânica clássica elementos componentes próprios das revoluções quânticas, que, ao mesmo tempo, servem como pensar artístico e ressignificam os modos de viver em uma humanização e naturalização das tecnologias por diferentes tipos de interfaces. Abordamos exemplos autorais de experiências passadas da aplicação de sensores, softwares de sistemas inteligentes dotados de respostas gerativas e autônomas, chegando aos sistemas enativos afetivos, em mútua relação entre organismos, dados e ambiente, num outro tipo de ecossistema. O ensaio faz também uma análise histórica de alguns autores fundamentais no campo da mecânica quântica e suas bases para a arte e tecnociência. Objetiva-se iluminar a intrincada e muitas vezes ignorada relação entre arte, tecnologia e física moderna, destacando o impacto cultural e a inovação epistemológica que surgem da física quântica e o fim das certezas.
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