Cristofobia em confronto com as denúncias de intolerância às religiões afro-brasileiras no Brasil: 2011-2018
DOI:
https://doi.org/10.23925/1980-8305.2021v24i37a5Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a frequência de denúncias de violação ao direito à liberdade religiosa no “Brasil” entre 2011-2018, com destaque para as religiões afro-brasileiras. O estudo foi motivado pela afirmação de um suposto contexto de “cristofobia” em recente discurso de Bolsonaro na ONU e pautou-se por um caráter exploratório, descritivo e de abordagem quantitativa, a partir dos dados disponibilizados pelo Serviço Disque 100 – Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em formas de planilhas com o número de registros de casos de intolerância religiosa nos diversos Estados do Brasil no período de 2011 a 2018. Foi identificado o universo de 2.862 casos. A região geográfica identificada com maior índice de denúncias foi o Sudeste 33% de casos, concentrando o maior número de registros no estado de São Paulo, com 14% de casos. O segmento religioso com mais ocorrência de casos de intolerância se constituiu de 23% proveniente das religiões afro-brasileiras. O perfil das vítimas, considerado por módulo, foi de 25% constituído de pessoas de raça/cor branca, 42% composto de pessoas do sexo feminino, 34% possuíam entre 18 a 40 anos. Foi verificado aumento na frequência de registro de denúncias de intolerância religiosa no recorte geográfico e histórico submetidos à análise, sobretudo aos adeptos afro-religiosos, sustentado elementos que indicam aversão às religiões afro-brasileiras.
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