PAIXÕES E DEMÔNIOS: AS FIGURAS DO MAL NA PSIQUE E SEU SIGNIFICADO NA DOUTRINA ASCÉTICA DE EVÁGRIO PÔNTICO
Keywords:
alma, Evágrio, monarquismo, paixões, demôniosAbstract
Hoje, séculos depois da recuperação das paixões pelos filósofos da primeira modernidade (Maquiavel, Bacon, Hobbes), é comum questionar a representação clássica, estóica e cristã, que fala das paixões como "doenças da alma". Segundo uma representação muito difundida, originada em Nietzsche (que reivindicava para a sua filosofia a designação de "psicologia"), teria faltado aos padres e aos filósofos que os antecederam o realismo necessário para perceber que o que chamamos de alma não pode ser concebido como uma unidade pura e simples, uma "essência" ou "substância", sendo o Eu o resultado ou a expressão imprevisível de processos que, a princípio, se desenvolvem além ou aquém do alcance da nossa consciência e que a determinam - isto é, de processos inconscientes. O objetivo deste ensaio é testar a validade dessa visão no caso historicamente concreto da doutrina ascética do monaquismo oriental (os padres do deserto) e, com ela, do conceito de cristianismo (Práktikós, I,1), pela discussão do problema da natureza passional do homem e da impassibilidade no Praktikós de Evágrio Pôntico. Em consequência, a expectativa é obter uma representação mais clara e mais exata do pensamento clássico sobre a alma na complexidade da sua constituição e vicissitudes.Downloads
How to Cite
Issue
Section
License
The Authors maintain the copyright and grant the journal the right to first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows the sharing of the work with acknowledgment of authorship and initial publication in this Journal.
Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publishing in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase impact and citation of the published work.