A KÁTHARSIS PLATÔNICA: A PURIFICAÇÃO DA FILOSOFIA E A FILOSOFIA DA PURIFICAÇÃO

Autores/as

  • André Miranda Decotelli da Silva

Palabras clave:

Platão, Alma, Purificação, Filosofia

Resumen

Este artigo tem o propósito de analisar o conceito de kátharsis e psyché no diálogo Fédon de Platão. Nosso ponto de partida é o conceito de kátharsis que será um método de salvação da alma. O filósofo precisa purificar a sua alma atráves da verdadeira vida filosófica, para que assim, ao sabor da morte, ele não tenha um mau destino, mas ao contrário, conquiste aquilo que desejou durante a vida, a saber, a aquisição completa e absoluta do conhecimento. Por essa razão, ele não teme a morte, mas a deseja. Sua esperança é que na morte sua alma retornará a sua pura essência e assim contemple o puro ele mesmo, o divino, a verdade e o Bem. A purificação da alma se constitui no diálogo Fédon como um cuidado extremo à operação cognitiva, atenuando deste processo, na medida do possível, as afecções, paixões e vicissitudes corpóreas. Este exercício ascético será como um treino para a morte, neste caso, sob o mote da iminente execução de Sócrates. A kátharsis da psyché será possível pelo parentesco que esta última tem com o divino, fator que também a caracteriza como um ente imortal, invisível, indissolúvel, inteligível e uniforme. Por fim, Platão lançará mão de elementos órficos transpondo-os com o viés de colorir sua argumentação lógica e mitológica do início ao fim do Fédon.

Publicado

2016-12-30

Cómo citar

Decotelli da Silva, A. M. (2016). A KÁTHARSIS PLATÔNICA: A PURIFICAÇÃO DA FILOSOFIA E A FILOSOFIA DA PURIFICAÇÃO. Último Andar, (29), 127–146. Recuperado a partir de https://revistas.pucsp.br/index.php/ultimoandar/article/view/31318