METÁFORAS E A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA- UMA ANÁLISE CRÍTICA

Autores

  • Neiva Maria Machado Soares
  • Josenia Antunes Vieira

DOI:

https://doi.org/10.23925/2316-3267.2022v11i3p103-123

Resumo

Este artigo visa recuperar metáforas associadas ao contexto de guerra ou bélico utilizadas neste período de pandemia, a fim de verificar se esse emprego constrói representações coletivas da realidade ou se constitui em uma dissimulação de práticas. Toma como referencial teórico basilar a literatura de Lakoff e Johnson (2002) denominada de Metáforas da vida cotidiana, inclusive da área médica com Susan Contag com seu livro A doença como uma metáfora, 1984, entre outros pesquisadores que discutem o tema atualmente. O corpus compõe-se de nove manchetes e seus lides de notícias divulgadas em sites, jornalísticos, médicos e governamentais, no ano de 2020 e 2021, que versem sobre o tema “vencer a guerra contra Covid”.  Justifica-se esta pesquisa em função de que as metáforas estão presentes no nosso dia a dia e seu uso vai além de uma figura estilística como muitos apregoam, podendo orientar dadas práticas e comportamentos em diferentes segmentos. A análise revelou que o emprego da metáfora de guerra construiu representações coletivas para as pessoas como se de fato estivessem em uma guerra e dissimulou situações em termos de outras, levando até mesmo a um falso entendimento dos fatos, o que pode ter resultado em certas ações, embora não fossem as mais adequadas. Retoma-se, por fim, Sontag (1984) para quem a metáfora no contexto da saúde não poderia ser utilizada por trazer conceitos pejorativos e preconceituosos em relação a certas doenças como o câncer, por exemplo, gerando com isso distorções.        

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Publicado

2022-10-31 — Atualizado em 2023-02-09

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Seção

Discurso, Sociedade e Multimodalidade