BOSQUES, FLECHAS E LIBERDADE: UMA LEITURA DO MITO DE ÁRTEMIS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO

UMA LEITURA DO MITO DE ÁRTEMIS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO

Autores

  • Johne Barreto Universidade de Pernambuco

Resumo

Este artigo tem como objetivo investigar a construção da identidade de gênero e a representatividade feminina da deusa Ártemis a partir da leitura e da análise de alguns mitos greco-romanos encontrados em Ilíada, de Homero, Metamorfoses, de Ovídio, e na tragédia grega Ifigênia em Áulis, de Eurípides. Do ponto de vista teórico, a pesquisa baseia-se em Scott (1995) e Severo (2013) para fundamentar as concepções sobre gênero; Funari (2021) e Marrou (2017) para a análise dos papéis sociais da mulher na Antiguidade greco-romana; Jung (2016) e Bolen (1990) para refletir sobre a representação arquetípica da deusa. Esta pesquisa caracteriza-se como sendo descritiva e explicativa e utiliza-se do método dedutivo e da revisão bibliográfica. A análise revela, portanto, que Ártemis é retratada como uma exceção ao modelo patriarcal vigente na Antiguidade greco-romana, representando arquétipos de liberdade e de autonomia que rompem com os papéis tradicionais de gênero impostos pela sociedade antiga.

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Publicado

2025-12-01

Como Citar

Barreto, J. (2025). BOSQUES, FLECHAS E LIBERDADE: UMA LEITURA DO MITO DE ÁRTEMIS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO: UMA LEITURA DO MITO DE ÁRTEMIS SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO. Verbum, 14(2). Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/verbum/article/view/73657