Entre a mão pensante e os olhos da pele: estética pragmatista e arquitetura

Autores

  • Robert E. Innis University of Massachusetts Lowell and Aalborg University

DOI:

https://doi.org/10.23925/2316-5278.2019v20i1p77-90

Palavras-chave:

Dewey, Dimensão háptica, Mão pensante, Olhos da pele, Pallasmaa, Ressonância orgânica total.

Resumo

O mundo construído, o mundo da arquitetura, nas palavras de John Dewey, é “supremamente expressivo dos interesses e valores humanos”, influenciando o futuro, mas também recordando e transmitindo o passado. Ele “recorda e celebra mais que qualquer outra arte as características genéricas da nossa vida humana comum”. Prédios, ele escreve, entre todos os objetos de arte, são os que chegam mais se aproximam ao “expressar a estabilidade e persistência da existência. Eles são para as montanhas o que a música é para o mar”. Eu traço alguns novos vínculos entre uma estética pragmatista experiencial e o rico trabalho do arquiteto praticante finlandês e filosoficamente sofisticado, Juhani Pallasmaa. Em seu Os Olhos da Pele, Pallasmaa retoma o tema da “arquitetura e os sentidos” e desenvolve no caso da arquitetura uma afirmação deweyana central: o mundo construído deve ser medido por quão bem fora construído de forma a nos ativar em todos estes níveis de nosso ser corpóreo. Pallasmaa proporciona uma “tomada” de arquiteto com a ajuda de diferentes, embora complementares, ferramentas filosóficas. Em A Mão Pensante, ele foca na fertilidade heurística e valor exemplificador dos processos “manuais” ou “guiados a mão” envolvidos no design do mundo construído em oposição ao uso privilegiado do computador. Pallasmaa vê a mão pensante como uma espécie de dispositivo mediador que supera o abismo, que também Dewey queria, entre as artes formativas e automáticas, permitindo um papel central para a imaginação baseado no corpo. O foco de Pallasmaa da dimensão háptica da percepção e a “mão pensante” é, como o foco de Dewey na “ressonância orgânica total”, não apenas descritivo, mas normativo. Suas análises e conceitos são de relevância universal para a compreensão não apenas da arquitetura mas da dimensão estética da vida de forma geral.

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Publicado

2019-09-10

Como Citar

Innis, R. E. (2019). Entre a mão pensante e os olhos da pele: estética pragmatista e arquitetura. Cognitio: Revista De Filosofia, 20(1), 77–90. https://doi.org/10.23925/2316-5278.2019v20i1p77-90

Edição

Seção

Artigos Cognitio