Globalização – sob uma perspectiva decolonial – e consumismo: impactos nas relações de trabalho
DOI:
https://doi.org/10.23925/ddem.v0i2.50052Palabras clave:
Globalização, Consumismo, Decolonialidade, TrabalhoResumen
O artigo pretende estabelecer conexões entre a globalização – fenômeno marcante da modernidade – e o consumismo na sociedade pós-moderna para melhor entender os impactos que exercem nas relações laborais e sociais. Tendo como marco teórico os estudos decoloniais acerca da formação do sistema global capitalista e partindo de método jurídico prospectivo, o artigo objetiva descortinar invisibilidades e evidenciar continuidades da lógica colonial nos dias atuais. A par disso, far-se-á uma crítica à sociedade do consumo, que instrumentaliza os trabalhadores e é fator de manutenção do sistema. Almeja-se, com esse debate que utilizou como método de pesquisa a revisão de literatura, promover caminhos reconstrutivos baseados nos valores humanos e sociais em detrimento dos valores puramente mercadológicos e homogeneizadores. Ao final do estudo, será possível concluir que a integração mundial, que se dá a partir do mercado, mantém pessoas em situações de subalternidade, o que justifica uma reflexão crítica acerca da formação do capitalismo e dos seus efeitos, que pode ser feita a partir da valorização dos produtos culturais marginais, que evidenciam a pluralidade de vozes existentes na sociedade.
Citas
BALLESTRIN, Luciana. América latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, v. 11, p. 89-117, 2013.
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Trad. Artur Morão. 2.ed. Lisboa: Edições 70, 2011.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
BAUMAN, Zygmunt; BORDONI, Carlo. Crise do Estado. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2016.
CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Tradução Maurício Santana Dias. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. Trad. Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
FRANCO, Letícia Garroni Moreira. A reflexão decolonial como proposta para criação de narr(alterna)tivas ao discurso hegemônico de direitos humanos. 2016.173f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Direito. Belo Horizonte, 2016.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida: Ideias & Letras, 2007.
GROSFOGUEL, Ramón. La opción decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Tabula Rasa, n. 8, p. 243-282, 2008.
HIRATA, Helena; ZARIFIAN, Philippe. Força e fragilidade do modelo japonês. Estudos avançados, v. 5, n. 12, p. 173-185, 1991.
KEHL, Maria Rita. A publicidade e o mestre do gozo. Revista Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 77-91, 2004.
MIGNOLO, Walter. Desafios Decoloniais Hoje. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu/PR, 1 (1), pp. 12-32, 2017.
PRANDI, Reginaldo. O trabalhador por conta própria sob o capital. São Paulo: Edições Símbolo, 1978.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 107-130.
RIBEIRO, Ailana Santos. A crise ética do direito do trabalho na sociedade do consumo. 2018. 164f. Tese (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2018.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
SOLÓN, Pablo (Org.). Alternativas sistêmicas: Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização. Tradução: João Peres – São Paulo: Editora Elefante, 2019.
SUPIOT, Alain. Lei e trabalho: um mercado mundial de regras. Trad. Rinaldo José Varussa. Revista Tempos Históricos, Paraná, v. 17, p. 157-169, 1º Semestre, 2013.
STANDING, Guy. O precariado: a nova classe perigosa. Traduzido por Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
TEODORO, Maria Cecília Máximo. A Síndrome de Patrão. Migalhas. 2017. Disponível em <https://www.migalhas.com.br/arquivos/2017/5/art20170503-05.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2020.
TEODORO, Maria Cecília Máximo; RIBEIRO, Ailana Santos. A relação trabalho-consumo na modernidade líquida. In: NETO, Frederico da Costa Carvalho; TORRES, Vivian de Almeida Gregori; LÓPEZ, Carlos (Coord.). V Encontro Internacional do CONPEDI Montevidéu – Uruguai: Direito, globalização e responsabilidade nas relações de consumo. Florianópolis: CONPEDI, 2016, p. 63-78. Disponível em: < http://conpedi.danilolr.info/publicacoes/9105o6b2/q6fgxq0m/u1fCza637q2hK1rZ.pdf> Acesso em: 20 abr. 2020.
TEODORO, Maria Cecília Máximo; SILVA, Thaís Claudia D’Afonseca; FERNANDES, Maria Antonieta. Disrupção, economia compartilhada e o fenômeno Uber. Revista da Faculdade Mineira de Direito – PUC Minas, v. 20, n. 39, p. 1-30, 2017. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2020.
VIANA, Márcio Túlio; TEODORO, Maria Cecília Máximo. Misturas e fraturas: do poder diretivo à concepção do trabalho como necessidade. Revista Brasileira de Estudos Políticos, v. 114, 2017.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Este trabajo está bajo licencia Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Los autores otorgan a la revista todos los derechos de autor relativos a los trabajos publicados. Los conceptos emitidos en los artículos firmados son de absoluta y exclusiva responsabilidad de sus autores.
Revista DD&EM - ISSN 2675-7648