Desejo e política em Deleuze: máquinas codificadora, neoliberal, neofascista e esquizodramática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/poliética.v8i2.50130

Palavras-chave:

Esquizoanálise, Esquizodrama, Capitalismo, Microfascismos, Psicanálise

Resumo

O objetivo deste artigo é conhecer como o desejo se agencia às máquinas políticas contemporâneas, para discutir os diferentes circuitos desejantes resultantes. Como método realizamos uma revisão sobre todos os escritos de Gilles Deleuze e Félix Guattari e de alguns prosseguidores de sua obra, como Maurizio Lazzarato e Gregorio Baremblitt. Cartografamos quatro modalidades de máquinas políticas agenciadas ao desejo. A máquina de codificação refere-se ao diagrama de soberania, de captura, do Estado. A máquina neoliberal não atua mais pela codificação dos fluxos desejantes, mas a partir de uma aceleração da produção, na denominada axiomática do capital. A máquina neofascista opera com vetores direcionados à hiperterritorialização em conjuntos de códigos que entram num regime de antiprodução ao que escapa a eles. Já a máquina esquizodramática refere-se a dispositivos que visam a desmontagem das máquinas cerceadoras do desejo, para a produção de novas linhas de fugas e circuitos desejantes.

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Biografia do Autor

Domenico Uhng Hur, Universidade Federal de Goiás

Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universidade Autônoma de Barcelona e pós-doutoral na Universidade de Santiago de Compostela (USC), Espanha. Professor associado de graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

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Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Dossiê