Uma nota sobre o casamento: a problematização foucaultiana do amor conjugal no estoicismo
DOI:
https://doi.org/10.23925/politica.v12i1.66973Palabras clave:
Familiarização, Sociabilização, Amor, Amizade, CasamentoResumen
Para estoicos, a vida conjugal que não se fecha em si mesma – ou seja, que não impede ou descarta a experiência da amizade para além dos limites da casa – pode se constituir como uma rica prática social, através da qual a familiarização (oikeíosis) é exercitada de modo a conectar um amante ao outro e ambos à pluralidade do cosmos. Com base nisso, em primeiro lugar, reconstituiremos a teoria da familiarização, tal que respaldada pela ontologia estoica de Hierocles; em segundo lugar, levando em consideração as características da familiarização estoica, recorreremos às interpretações de Foucault sobre o cenário greco-romano do cuidado de si para problematizarmos a potência ético-política do amor conjugal no estoicismo. Nosso objetivo é o de entender por que os estoicos aconselhavam o casamento para, em seguida, indicar em que medida esse tipo de recomendação teria contribuído para a valorização histórico-filosófica do amor conjugal e de sua estruturação heterossexual.