Fetiche e crueldade dentro e fora do capitalismo
DOI:
https://doi.org/10.23925/poliética.v8i2.50932Palavras-chave:
fetiche, desejo, inconsciente, economia libidinalResumo
A magia, os feitiços e sortilégios são um tema onipresente na obra de Artaud. O objetivo desse artigo é pensar sua dupla face, libidinal e econômico-social, a partir do Anti-Édipo de Deleuze e Guattari. Trata-se de explicitar de que maneira Deleuze e Guattari constroem um modelo teórico capaz de pensar a vida social em diversos momentos históricos a partir do processo psicótico, como se uma sociedade fosse uma forma determinada de desejar, uma forma de reprimir e bloquear o desejo inconsciente, elevando e erigindo uma quase-causa externa ao próprio desejo como motor e razão de toda a vida social. Essa quase-causa é o Deleuze e Guattari entendem por fetiche. A relevância deste artigo está na tentativa de expor de que maneira o Anti-Édipo apresenta uma teoria econômico-libidinal da História aliando o marxismo à psicanálise.Downloads
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