Trauma abdominal penetrante: quando não operar - relato de caso

Autores

  • Marlon Moda Residente, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • José Mauro da Silva Rodrigues Docente, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Accácio de Almeida Abussamara Residente, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • João Francisco M. R. Vasques Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Camila Amaral Silva Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Leticia Francine Duarte de Oliveira Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • José Eduardo de Bona Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

trauma abdominal, trauma penetrante, ferimento por arma de fogo

Resumo

Introdução: A conduta em ferimento por arma de fogo (FAF) abdominalmanteve-se inalterada durante décadas, com a laparotomia diagnóstica sendoobrigatória. No entanto, este conceito tem sido desafiado em alguns centroscom a prática do tratamento não operatório (TNO) em casos selecionados.Uma das razões para a relutância em se adotar o TNO em pacientes comferimentos penetrantes de órgãos sólidos é a preocupação com outras lesões,como perfurações de vísceras ocas. Porém, a correta seleção de pacientespermite que o sucesso do tratamento seja atingido. Objetivo: Relatar o caso depaciente vítima de FAF em região dorsal com lesão diafragmática e hepática.Método: Informações obtidas por meio de anamnese, exame físico, e métodosde imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Relatodo caso: Paciente jovem, encaminhado à unidade de emergência 60 minutosapós sofrer FAF em região dorsal. Estável hemodinamicamente, apresentavadiscreta dor abdominal a palpação e orifício de entrada de FAF em regiãoparavertebral direita em nível de T12 com projétil palpável em 5ºEIC na linhahemiaxilar direita. Resultado USG FAST negativo e TC de abdome demonstrouperfuração diafragmática e pequena área de contusão hepática e pulmonar,com pouco líquido livre em cavidade abdominal. Optou-se por realizar TNO,tendo o paciente permanecido estável e sem alterações em exames físico elaboratoriais e recebido alta no 6º dia. Conclusões: Na maioria das vezes osangramento de lesão de fígado cessa espontaneamente, em relação à lesãodo diafragma direito, o fígado oferece proteção bloqueando o orifício da lesão,impedindo, a migração das vísceras para o tórax. Dessa forma, a opção derealizar TNO, quando as condições necessárias estão presentes, não é,apenas, cientificamente correta, mas eticamente justificável.

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Como Citar

1.
Moda M, Rodrigues JM da S, Abussamara A de A, Vasques JFMR, Silva CA, Oliveira LFD de, Bona JE de. Trauma abdominal penetrante: quando não operar - relato de caso. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 8º de outubro de 2015 [citado 19º de novembro de 2024];17(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/24781