Análise reflexiva sobre a capacidade de autocuidado dos cuidadores domiciliares
DOI:
https://doi.org/10.5327/Z1984-4840201727022Palavras-chave:
autocuidado, cuidadores, saúde, saúde mental, educação continuadaResumo
Objetivo: A dedicação constante dos cuidadores faz com que sua saúde corra riscos, principalmente no caso daqueles em que o cuidado é prestado somente por eles, tornando-os sobrecarregados. A sobrecarga diária de afazeres e cuidados ao doente acaba por comprometer o autocuidado e a saúde geral do cuidador. Este estudo objetivou refletir sobre a capacidade de autocuidado dos cuidadores domiciliares. Método: A metodologia desenvolvida foi descritiva por meio de uma abordagem qualitativa que empregou a subjetividade dos observadores na dinâmica diária de cuidadores de pacientes dependentes. Resultados e Discussão: Nos resultados, observou-se que 40% dos cuidadores relataram bom relacionamento familiar e gratidão na realização do cuidado; 60% relataram relacionamento conflituoso e às vezes sobrecarga e obrigação. A maioria dos cuidadores relatou ter dificuldades na realização de todos os cuidados, pois não tem com quem dividir as tarefas, o que dificulta a realização do autocuidado. Os cuidadores entrevistados relataram falta de disponibilidade para o lazer — condição comum no ato de cuidar — e, quando o fazem, sentem-se desconfortáveis como se estivessem fazendo algo errado por deixar o acamado que requer cuidados, o que acarreta desgastes físico e emocional. Conclusão: Conclui-se que o ato de cuidar é renunciar a si em favor do outro, é mudar toda a expectativa de vida em função do outro, portanto é de extrema importância a conscientização dos cuidadores informais em relação ao autocuidado.Downloads
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