Orquiectomia em lactente por hérnia inguinal encarcerada

Autores

  • José Eduardo Gomes Bueno de Miranda
  • Mariana Pollone Medeiros

Resumo

Introdução: A hérnia inguinal é uma das afecções mais comumente abordadas por cirurgiões pediátricos, pois trata-se de uma alteração bastante prevalente em crianças. A incidência é notoriamente maior em pacientes do sexo masculino, e a grande maioria se dá pela patência prolongada do processo vaginal. Dentre as complicações decorrentes de uma hérnia inguinal, merecem evidência a perfuração intestinal, a isquemia ovariana e a isquemia testicular. Se dada por tempo prolongado, a isquemia pode levar à necrose testicular, acarretando prejuízo futuro na vida desta criança. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 10 meses de idade, veio encaminhado de outro serviço para avaliação por suspeita de hérnia inguinal. Estava internado por quadro de pneumonia, e durante internação foi constatado aumento de volume de bolsa escrotal bilateralmente. Evoluiu com hiperemia e dor no local, e obteve insucesso às tentativas de redução manual. Após realização de ultrassonografia, foi constatada hérnia inguino-escrotal à direita e hidrocele bilateralmente. A intervenção cirúrgica foi realizada, porém durante o procedimento, o testículo direito apresentou aparência necrótica e foi necessária a realização de orquiectomia direita. Discussão: A patência do processo vaginal em crianças do sexo masculino constitui principal causa etiológica na formação de hérnias inguinais e inguino-escrotais. A hérnia inguinal consiste de um saco herniário contendo estruturas em seu interior, estruturas essas que podem variar de alças do intestino delgado, cólon, grande omento, e até bexiga. No caso da hérnia inguino-escrotal, este saco herniário aloja-se no testículo. Uma das complicações mais temidas em pacientes do sexo masculino é a isquemia testicular, que ocorre devido à compressão do canal inguinal pelas estruturas alojadas dentro do testículo, fazendo-se dessa forma extremamente necessário o diagnóstico precoce, uma vez que o processo isquêmico pode evoluir para necrose e causar a inviabilidade testicular. Conclusão: O diagnóstico precoce de hérnia inguinal encarcerada previne a ocorrência de complicações como perfuração intestinal e isquemia testicular. Tais complicações podem levar a agravos mais sérios na saúde do paciente, bem como prejuízo psicológico no futuro.

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Publicado

2018-11-16

Como Citar

1.
Miranda JEGB de, Medeiros MP. Orquiectomia em lactente por hérnia inguinal encarcerada. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 16º de novembro de 2018 [citado 19º de novembro de 2024];20(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/40035