Retirada de corpos estranhos de cavidade gástrica após ingestão intencional de três celulares

Autores

  • Ronaldo Antônio Borghesi Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • José Mauro da Silva Rodrigues Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4879-7373
  • Camila Saori Okida Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Bruno Bedeschi Casagrande Fonseca Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Raphael Birindelli Guimarães Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Palavras-chave:

laparotomia diagnóstica, retirada de corpos estranhos, ingestão intencional de corpos estranhos

Resumo

Introdução: na população carcerária, a ingestão voluntária de corpos estranhos em adultos é mais frequente que na população geral. A ingestão de celulares é complexa devido ao risco de ulceração e perfuração estomacal provocada pela bateria. Corpos estranhos gástricos comumente são assintomáticos. o diagnóstico é baseado na história clínica, radiografia abdominal ou endoscopia. mais de 90% dos objetos ingeridos são eliminados espontaneamente. Entretanto, objetos com mais de 2,5cm de diâmetro têm baixa probabilidade de passar pelo piloro sendo necessária remoção endoscópica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico é indicado quando há sangramento, obstrução, perfuração e em casos de objetos pontiagudos ou de grande volume. Relato de caso: paciente, 26 anos, masculino, foi admitido no Conjunto Hospitalar de Sorocaba após identificação de três celulares em cavidade abdominal através de radiografia realizada durante a revista para entrada em presídio. O paciente referia ingestão intencional dos aparelhos há 3 dias. Chegou ao serviço em bom estado geral, negou dor, náuseas, vômito, febre ou alteração do hábito intestinal e sem alterações ao exame físico. A radiografia de abdome mostrou a presença de três corpos estranhos em quadrante superior esquerdo e a tomografia computadorizada de abdome contrastada, identificou sua localização na cavidade gástrica. Foi realizada laparotomia diagnóstica de emergência, com retirada de três celulares de cavidade gástrica, sem intercorrências. O paciente permaneceu estável durante o pós-operatório, sem complicações e recebeu alta hospitalar após 2 dias de internação, sendo encaminhado para acompanhamento ambulatorial. Discussão: conforme é previsto em literatura, os objetos ingeridos permaneceram alojados em cavidade gástrica impedidos de passar pelo piloro devido ao grande diâmetro. além disso, a conduta adotada segue o que é recomendado em literatura, com remoção imediata dos objetos através de intervenção cirúrgica, devido ao risco de complicações pela bateria e lesão esofágica associada à intervenção endoscópica. Conclusão: a conduta adotada segue o estabelecido pela literatura. Devido ao grande volume dos objetos ingeridos e risco de complicações devido à presença da bateria dos aparelhos, foi indicada a intervenção cirúrgica de emergência. 

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Publicado

2023-10-13

Como Citar

1.
Borghesi RA, Rodrigues JM da S, Okida CS, Fonseca BBC, Guimarães RB. Retirada de corpos estranhos de cavidade gástrica após ingestão intencional de três celulares. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 13º de outubro de 2023 [citado 21º de novembro de 2024];25(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/63860