Retirada de corpos estranhos de cavidade gástrica após ingestão intencional de três celulares
Keywords:
laparotomia diagnóstica, retirada de corpos estranhos, ingestão intencional de corpos estranhosAbstract
Introdução: na população carcerária, a ingestão voluntária de corpos estranhos em adultos é mais frequente que na população geral. A ingestão de celulares é complexa devido ao risco de ulceração e perfuração estomacal provocada pela bateria. Corpos estranhos gástricos comumente são assintomáticos. o diagnóstico é baseado na história clínica, radiografia abdominal ou endoscopia. mais de 90% dos objetos ingeridos são eliminados espontaneamente. Entretanto, objetos com mais de 2,5cm de diâmetro têm baixa probabilidade de passar pelo piloro sendo necessária remoção endoscópica ou cirúrgica. O tratamento cirúrgico é indicado quando há sangramento, obstrução, perfuração e em casos de objetos pontiagudos ou de grande volume. Relato de caso: paciente, 26 anos, masculino, foi admitido no Conjunto Hospitalar de Sorocaba após identificação de três celulares em cavidade abdominal através de radiografia realizada durante a revista para entrada em presídio. O paciente referia ingestão intencional dos aparelhos há 3 dias. Chegou ao serviço em bom estado geral, negou dor, náuseas, vômito, febre ou alteração do hábito intestinal e sem alterações ao exame físico. A radiografia de abdome mostrou a presença de três corpos estranhos em quadrante superior esquerdo e a tomografia computadorizada de abdome contrastada, identificou sua localização na cavidade gástrica. Foi realizada laparotomia diagnóstica de emergência, com retirada de três celulares de cavidade gástrica, sem intercorrências. O paciente permaneceu estável durante o pós-operatório, sem complicações e recebeu alta hospitalar após 2 dias de internação, sendo encaminhado para acompanhamento ambulatorial. Discussão: conforme é previsto em literatura, os objetos ingeridos permaneceram alojados em cavidade gástrica impedidos de passar pelo piloro devido ao grande diâmetro. além disso, a conduta adotada segue o que é recomendado em literatura, com remoção imediata dos objetos através de intervenção cirúrgica, devido ao risco de complicações pela bateria e lesão esofágica associada à intervenção endoscópica. Conclusão: a conduta adotada segue o estabelecido pela literatura. Devido ao grande volume dos objetos ingeridos e risco de complicações devido à presença da bateria dos aparelhos, foi indicada a intervenção cirúrgica de emergência.
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