Avaliação da resposta ao tratamento com inibidores da tirosina quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica do serviço de hematologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)

Autores

  • Marcelo Gil Cliquet Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Lucas Bernucci Gozzo Barbosa Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Mariana Vieira Pacheco Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Manoela Mesquita Rayol Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.
  • Enzo Garcia Prado Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Palavras-chave:

leucemia mieloide crônica, inibidor tirosino-quinase, imatinibe, dasatinibe, nilotinibe, resposta molecular

Resumo

Introdução: a leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica, decorrente da expressão do cromossomo ph (filadélfia), originado da translocação recíproca entre o cromossomo 9 e 22, que leva a tradução da oncoproteína p210bcr-abl. A doença é mais frequente em adultos e o diagnóstico é sugerido principalmente pelo PCR-qualitativo, que identifica a proteína p210bcr-abl. A neoplasia apresenta três fases clínicas: crônica, acelerada e blástica. Frequentemente é assintomática, porém os sintomas podem incluir fadiga, cefaleia e desconforto no hipocôndrio esquerdo. O tratamento é feito com inibidores de tirosino-quinase (ITQS), que é um antagonista do receptor p210bcr-abl, inativando a transdução de sinal que contribuem para a evolução da doença. a avaliação da resposta ao tratamento é feita a partir do bcr-abl quantitativo e é esperada uma redução a 0,1% (resposta molecular maior) após 12 meses de tratamento com os ITQS. Objetivo: avaliar a resposta ao tratamento a partir do bcr-abl quantitativo. Metodologia: avaliamos 121 prontuários obtendo dados demográficos, clínicos e laboratoriais e analisamos o resultado dos exames bcr-abl seriados. Trabalho aprovado pelo comitê de ética do Conjunto Hospitalar de Sorocaba e pelo comitê de ética em pesquisa da PUC-SP. Resultados: dos 121 pacientes, 54,5% eram mulheres e 45,4% homens, com média de idade ao diagnóstico de 47,4 anos e mediana de 48 anos. Os valores de hemoglobina ao diagnóstico variaram entre 5,9 e 16,2 g/dl e a média e mediana foram, respectivamente de 10,8 g/dl e 10,7 g/dl. 73,8% das mulheres e 79,6% dos homens apresentavam anemia. A contagem de plaquetas variou entre 18.000/mm3e 2.546.000/mm3e 37,7% dos pacientes apresentaram trombocitose, sendo 41,5% das mulheres e 32,6% dos homens. Os leucócitos variaram entre 1.080/mm3e 680.000/mm3, apresentando média de 144.060/mm3e mediana de 109.000/mm3. a contagem de blastos estava disponível em apenas 42 prontuários, variando entre 0-41%, com média de 4,2% e mediana de 2,5%. o tamanho do baço ao diagnóstico estava disponível em 81 prontuários, sendo que 68% apresentavam esplenomegalia. Os pacientes estão em uso de imatinibe (54%), nilotinibe (30%), dasatinibe (15%) e ponatinibe (1 paciente). Dos pacientes em uso de imatinibe há pelo menos 12 meses, 72% alcançaram a 5 resposta molecular maior (RMM), 4% não apresentaram queda, 8% tiveram queda entre 1-2log, 2% queda de 2log e 14% queda de 2-3log. os outros três inibidores foram iniciados em segunda ou terceira linha e as taxas de resposta foram: nilotinibe, 70,9% rmm, 9,7% sem resposta, 9,7% queda entre 1-2log e 9,7% queda entre 2-3log. Com dasatinibe, 87,5% rmm e 12,5% apresentaram queda entre 1-2log. Discussão: de acordo com a literatura, a LMC é mais frequente em homens, diferente dos resultados de nossa casuística. conforme descrito nos estudos, 45,45% dos nossos pacientes estão na faixa etária com maior incidência da doença. as alterações hematológicas encontradas em nossa análise foram compatíveis com as descritas na literatura. o imatinibe obteve RMM aos 12 meses em 72%, mas teve que ser trocado em 46% dos pacientes. em nosso estudo, as taxas de resposta em pacientes refratários ou que apresentaram toxicidade foram muito boas, sendo os resultados um pouco melhores com o dasatinibe. Conclusão: o padrão epidemiológico, clínico, alterações hematológicas e taxas de resposta são semelhantes à literatura. O dasatinibe em segunda linha apresentou vantagem em relação ao nilotinibe, resultado possivelmente decorrente da pequena amostra avaliada.

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Publicado

2023-10-13

Como Citar

1.
Cliquet MG, Barbosa LBG, Pacheco MV, Rayol MM, Prado EG. Avaliação da resposta ao tratamento com inibidores da tirosina quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica do serviço de hematologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 13º de outubro de 2023 [citado 27º de abril de 2024];25(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/63886