Avaliação da resposta ao tratamento com inibidores da tirosina quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica do serviço de hematologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)
Palabras clave:
leucemia mieloide crônica, inibidor tirosino-quinase, imatinibe, dasatinibe, nilotinibe, resposta molecularResumen
Introdução: a leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica, decorrente da expressão do cromossomo ph (filadélfia), originado da translocação recíproca entre o cromossomo 9 e 22, que leva a tradução da oncoproteína p210bcr-abl. A doença é mais frequente em adultos e o diagnóstico é sugerido principalmente pelo PCR-qualitativo, que identifica a proteína p210bcr-abl. A neoplasia apresenta três fases clínicas: crônica, acelerada e blástica. Frequentemente é assintomática, porém os sintomas podem incluir fadiga, cefaleia e desconforto no hipocôndrio esquerdo. O tratamento é feito com inibidores de tirosino-quinase (ITQS), que é um antagonista do receptor p210bcr-abl, inativando a transdução de sinal que contribuem para a evolução da doença. a avaliação da resposta ao tratamento é feita a partir do bcr-abl quantitativo e é esperada uma redução a 0,1% (resposta molecular maior) após 12 meses de tratamento com os ITQS. Objetivo: avaliar a resposta ao tratamento a partir do bcr-abl quantitativo. Metodologia: avaliamos 121 prontuários obtendo dados demográficos, clínicos e laboratoriais e analisamos o resultado dos exames bcr-abl seriados. Trabalho aprovado pelo comitê de ética do Conjunto Hospitalar de Sorocaba e pelo comitê de ética em pesquisa da PUC-SP. Resultados: dos 121 pacientes, 54,5% eram mulheres e 45,4% homens, com média de idade ao diagnóstico de 47,4 anos e mediana de 48 anos. Os valores de hemoglobina ao diagnóstico variaram entre 5,9 e 16,2 g/dl e a média e mediana foram, respectivamente de 10,8 g/dl e 10,7 g/dl. 73,8% das mulheres e 79,6% dos homens apresentavam anemia. A contagem de plaquetas variou entre 18.000/mm3e 2.546.000/mm3e 37,7% dos pacientes apresentaram trombocitose, sendo 41,5% das mulheres e 32,6% dos homens. Os leucócitos variaram entre 1.080/mm3e 680.000/mm3, apresentando média de 144.060/mm3e mediana de 109.000/mm3. a contagem de blastos estava disponível em apenas 42 prontuários, variando entre 0-41%, com média de 4,2% e mediana de 2,5%. o tamanho do baço ao diagnóstico estava disponível em 81 prontuários, sendo que 68% apresentavam esplenomegalia. Os pacientes estão em uso de imatinibe (54%), nilotinibe (30%), dasatinibe (15%) e ponatinibe (1 paciente). Dos pacientes em uso de imatinibe há pelo menos 12 meses, 72% alcançaram a 5 resposta molecular maior (RMM), 4% não apresentaram queda, 8% tiveram queda entre 1-2log, 2% queda de 2log e 14% queda de 2-3log. os outros três inibidores foram iniciados em segunda ou terceira linha e as taxas de resposta foram: nilotinibe, 70,9% rmm, 9,7% sem resposta, 9,7% queda entre 1-2log e 9,7% queda entre 2-3log. Com dasatinibe, 87,5% rmm e 12,5% apresentaram queda entre 1-2log. Discussão: de acordo com a literatura, a LMC é mais frequente em homens, diferente dos resultados de nossa casuística. conforme descrito nos estudos, 45,45% dos nossos pacientes estão na faixa etária com maior incidência da doença. as alterações hematológicas encontradas em nossa análise foram compatíveis com as descritas na literatura. o imatinibe obteve RMM aos 12 meses em 72%, mas teve que ser trocado em 46% dos pacientes. em nosso estudo, as taxas de resposta em pacientes refratários ou que apresentaram toxicidade foram muito boas, sendo os resultados um pouco melhores com o dasatinibe. Conclusão: o padrão epidemiológico, clínico, alterações hematológicas e taxas de resposta são semelhantes à literatura. O dasatinibe em segunda linha apresentou vantagem em relação ao nilotinibe, resultado possivelmente decorrente da pequena amostra avaliada.
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